sábado, 28 de fevereiro de 2009

Os Mendes Nunes - Pai e Filho

Mesma batata na ponta do nariz, mesmas sobrancelhas, mesma orelhas de abano, mesma testa, mesmos lábios, são diferentes no papillon e na barba...

Decidi não juntar a Natércia Mendes Nunes, por que é a única bonita na família

192

A Banda no adro da igreja

Reconhecem alguns destes miúdos? E o terceiro fardado à direita, atrás, a meter a mão no bolso?
Serei eu? Diabos me levem! Que parecença! Se sou eu é uma daquelas coincidências inexplicáveis, uma vez que a foto não é minha, foi titada de um arquivo lisboeta que tem Cernache do Bonjadim por tema.

Igreja de São Sebastião, Matriz de Cernache do Bonjardim

Igreja de São Sebastião, Matriz de Cernache do Bonjardim, construída no Séc. XVI, em louvor a S. Sebastião, Padroeiro da Freguesia.
Igreja renascentista com tecto tripartido, três altares de talha dourada e capela-mor com panos murários revestidos de azulejos figurativos. A talha dourada da Capela do Santíssimo foi realizada por Marcelino José Luís do Bom Jardim. A Igreja é hoje Edifício de Interesse Público.
Já não me lembro do nome do pároco, mas a imagem dele está gravada na minha memória. Era a figura típica do padre de aldeia e nem sei se era de Cernache.
Os meus pais não eram católicos praticantes, eram critpo-judeus (marranos), razão por que foi nesta igreja que fui apresentado aos rituais litúrgicos, ajudei à missa algumas vezes e numa dessas vezes deitei vinho em vez de água para as mãos do padre. Talvez por isso o padre não tenha feito grandes esforços no sentido de fidelizar-me como ajudante de missa e daí a minha curta carreira nesse “complicado” métier. Também talvez por isso, mais tarde, eu passasse a ir ao que chamávamos em código o “santo sacrifício da saída da missa”, que consistia em estar à porta por volta da bênção, quando saíam os primeiros fiéis - e respectivas filhas - para que julgassem que nós tínhamos sido os primeiros a sair da missa. Foi também neste igreja que fiz tardiamente a Segunda Comunhão e fui Crismado por um Bispo vindo de Castelo Branco, salvo o erro. São eventos que marcam toda uma vida e eu não sou excepção. No meu caso particular, excepção feita aos meus primeiros anos de vida em Luanda, foi Cernache o lugar onde passei mais tempo ininterrupto até reformar-me e assentar nesta cidadezinha americana onde estou há tanto tempo, quanto o que passei em Cernache. Foi no IVS e em Cernache que passei os anos que mais marcam a vida de um adolescente. O que explica esta grande saudade, a emoção em reencontrar-vos, e o sentir que aí estão de facto as minhas raízes mais profundas.
Não sou praticante, regressei à condição de cripto-judeu, mas o contacto breve com uma religião mal não me fez. Ab imo pectore
Em tempo: Estão a ver ali atrás à direita o café do Cipriano, onde disputávamos (não raras vezes com uns sopapos) a única mesa de bilhar e jogávamos aos dados (costume angolano) para ver quem pagava a bica?

Baile no Ginásio do IVS

Aqui num baile a dançar suponho que é o Rangel.

O meu irmão e o outro não sei

No "poleiro" António Mendes Nunes; a aguentar o "poleiro" ao ombro João Manuel de Amorim Cordeio (identificado pelo figurão no "poleiro")

No Seminário com o Padre Domingues

O Delfim junto ao padre Domingues e o Natário; em baixo o Cavaleiro e eu, os outros já não sei
O João Facha, eu , e um colega do Padre Domingues cujo nome não sei

Instalações do IVS nos seus Tempos de Glória

É! Até me dão arrepios de saudades! Passei aí dos tempos mais felizes e despreocupados da minha vida. Quando cheguei, a cena do sarrabulho passou-se nesse prédio de paredes larguíssimas aí à direita, o antigo internato. Vi construir lentamente o externato novo, para onde passámos todos. Depois quando veio o Veiga de Macedo, voltei ao externato antigo, onde ficávamos só eu e ele. Mas nesse prédio é que as galinhas, patos e perus do Prior eram preparados e comidos, sem o guarda nocturno João dar por isso ou fingir que não dava, o mais provável.
Há mais um pormenor que o Acácio e o Zé ainda não contaram ou já se não dava no tempo deles. Passavam por essa rua abaixo, em direcção à fonte ali ao fundo à direita, as raparigas jovens da terra que não frequentavam o IVS, alguidar ou cântaro à cabeça, para se abastecerem de água e lavar roupa. Durante os recreios, os mais grandalhões amontoavam-se de modo às raparigas terem de passar entre eles. Aquilo é que era apalpanço de um lado ao outro. E ai também se combinavam os pares para os bailes populares. Não à memória de alguma se ter ido queixar dos apalpanços. Suponho eu que nem davam por isso...

Futebol no IVS em 1900 e ?

Ora aí esta um puzzle! Em que ano é que foi tirada esta foto? Apela-se à memória dos manos Mendes Nunes...

Alunos do IVS 1956

Apanhei esta foto e mais umas quantas na NET. Parece tratar-se de uma turma, eventualmente do 2º ano, a julgar pelas divisas do aluno de cócoras à direita; embora também pareça haver alguma mistura com alunos mais velho, uma vez que julgo reconhecer a cara do que está em pé mais à direita e a do que está à esquerda, um pouco mais atrás, de camisa escura, do rapaz das divisas com duas estrelas.
Será que o puto António Mendes Nunes está aí? Natércia, reconheces alguém? O Acácio e Zé não reconhecem de certeza, por que ainda não tinham chegado.

Cernache político hoje

Vivemos lá em ditadura. Querem saber a tendência política das gentes de Cernache nas eleições de 2005? Aí vai:
Junta de Freguesia de Cernache do Bonjardim PS 833 votos 45,37% PPD/PSD 793 votos 43,19% CDS-PP 109 votos 5,94% BE 18 votos 0,98% PCP-PEV 7 votos 0,38%
E o Ranking das Escolas? Ranking Escolas (1)
Ranking das Escolas em 2005 Castelo Branco Posição do Distrito de Castelo Branco no total da País Todas as disciplinas 15º lugar (9,10 valores)Português 8º lugar (10,83 valores)Matemática 15º lugar (5,93 valores)Todas as disciplinas s/ matemática 14º lugar (9,92 valores) Dentro das 100 melhores escolas do país o distrito não tem qualquer escola
Dentro das 100 piores escolas do país o distrito tem 8 escolas (lugar 12, 17, 18, 25, 29, 52, 66 e 95)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Deus Escreve Direito por Linhas Tortas...

DUAS HISTÓRIAS NUMA SÓ Um belo dia eu e o Guerra Roque combinámos ter umas folgas das aulas e, depois de muito pensarmos, como estávamos a chegar ao mês de Maio, combinámos ir dizer ao Dr. JVS que tínhamos feito uma promessa qualquer e tínhamos que ir a pé de Cernache do Bonjardim a Fátima. Lá fomos para o gabinete, pusemos a questão ao Director e ele logo de caras disse que nós estávamos doidos, por que não podíamos faltar tantos dias às aulas e correu connosco do gabinete. Passados poucos dias fomos lá outra vez e insistimos no nosso pedido, desta vez martelando no lado religioso dele e percebemos que ele começava a ceder, mas que ia pensar e depois nos diria alguma coisa. Quando fomos chamados a questão que se punha é que era muito tempo (suponho que 5 dias) e mais a mais eu tinha um jogo de andebol pela mocidade portuguesa muito importante a fazer no sábado, imediatamente a seguir ao dia 13 contra os campeões crónicos nacionais – o liceu Passos Manuel de Lisboa.-, e não me podia cansar muito porque eu era o artilheiro-mor da equipa (da equipa da mocidade que não a do IVS, pois esse era o Daniel). Começámos a negociar e então no fim a coisa ficou decidida assim: Não partíamos de Cernache mas sim de Tomar e o Director como ia a Fátima trazia-nos no dia 13 no seu carro. Aceitámos e então fomos ter com o comandante da M.P. (um sujeito idoso que não me lembro o nome) para tratarmos do equipamento e da logística, que nos foi logo avisando que iríamos mas em representação da M.P. do IVS. No dia da partida recebemos a credencial e instruções do tal senhor e lá fomos de carreira para Tomar e depois 2 dias a pé para Fátima. Lá, apresentámo-nos ao Comandante-Geral do campo (era um padre) que nos fez aquela saudação especial e nós limitámo-nos a cumprimentá-lo; perguntou-nos porque é que não íamos com a farda da MP e nós respondemos que não a usávamos, talvez por já termos a nossa, e ele encaminhou-nos para um qualquer chefe de qualquer coisa que nos indicou o sítio onde havíamos de montar a tenda. Já estava a tenda quase montada, quando vem um outro comandante e diz para dispormos a tenda noutra direcção. Já estava outra vez a tenda quase montada na outra direcção, vem ainda outro comandante e diz para nós voltarmos à primeira posição. Eu olhei para o Roque, o Roque olhou para mim e acto contínuo desfizemos o que estava montado para cima da lona que fazia de base, cada um pegou em duas pontas e arrancámos para fora do campo à frente de todos em formatura para distribuição de tarefas para essa noite (não imaginam o número de evacuados, durante a noite, para a CV na maioria dos casos por intoxicação alimentar). Fomos acampar num parque geral ao lado e no dia seguinte lá estávamos nós à porta do parque da M.P (como se lá estivéssemos estado) à espera do Director para irmos para Cernache no seu espada, salvo erro branco, cuja marca não me lembro. Lembram-se que quando havia jogos a nível da M.P. ou do IVS a malta que jogava fazia o peditório entre o resto da malta? Pois bem eu fiz o meu peditório para o tal jogo contra o Passos Manuel e “se bem me lembro” (que saudades do Victorino Nemésio) se eu marcasse 3 golos, pelo menos, e isso em andebol não era nada, recebia não uma boa semanada, mas sim uma boa mesada. Chegou o dia de jogo, os campeões chegaram e quiseram ver o campo. Nós levámos os indivíduos para o nosso campo (o ring de patinagem atrás do edifício velho) e eles imediatamente se negaram a jogar ali porque, diziam eles, o campo não tinha as medidas mínimas. O problema foi resolvido a nível de direcção (eles tinham razão) e então lá foi a malta toda marcar o campo de andebol no campo de futebol. Meus amigos. Aquilo era mais do dobro do que a malta estava habituada a treinar. Entrámos, mesmo assim, muito confiantes e cheio de esperanças de destronar os campeões e 28-0 (VINTE E OITO A ZERO) depois saímos como vocês estão a imaginar. Como vêem não cumpri a “promessa” por inteiro e fui castigado com aquela derrota vergonhosa.
Por Acácio Leite

Irmão no IVS

A propósito do aparecimento do irmão da Natércia já repararam na quantidade de "irmãos" que ,pelo menos eu , apanhei na minha passagem no IVS ? Haverá mais ? Vámos lá ver. A Natércia e o irmão António O David e Norton - Moçambique Os Vila Boas que moravam na quelha Os Veiga de Macedo Os Paiva Raposo Os Carreiras - Angola Os Pereira - de Mortágua Os Teixeira - de Vila Real ? Os Sotto Mayor Os Sousa Coutinho Os Faias - Santarém Os dois irmãos do Congo O José Luis e o irmão mais novo que cantava melhor que o Joselito ; e José Vaz Serra ( director) e Manel Vaz Serra ( aluno e interno) Lembraste de mais alguém ? Um grande abraço Acácio Leite

Memórias das minhas últimas férias de Verão e o regresso para o meu último ano no IVS

À primeira impressão esta historieta poderá parecer nada ter a ver com o IVS. Mas tem! Está relacionada com o meu regresso e último ano no IVS. Corriam as minha férias de Verão em Luanda em Agosto de 1958 e eu fazia 18 anitos. Que saudades! Parece que meio século é uma marca que traz Coisas do Arco da Velha! Nas última semanas têm-me acontecido coisa insólitas, mas muito, muito gratas que guardarei como um tesouro caído do Céur e ecordarei para o resto de uma vida necessariamente já curta; uma vida vivida muito intensamente, ainda que mais no plano professional que no pessoal. Todavia, I Did It My Way; do que fiz não me arrependo, arrependo-me de uma ou coisa que devia ter feito e não fiz... Fica aquela dúvida de como teria sido e a suspeita terrível de que, também num caso ou outro, teria sido delicioso.
Primeiro, em circunstâncias fortuitas, descobri na NET o blog da Natércia, daí encontrar também o António Mendes Nunes (seu irmão), o Acácio, o Zé Avelar e o Jorge Moreira. Assim nasceu o nosso http://institutovazserra-antigosalunos.blogspot.com/ que vai contando e registando uma história que faz parte da história das nossas vidas.
Agora, uma amiga de longa data, duas vezes Secretária de Administrações que dirigi, em Luanda (meados dos 70) e Lisboa (uma década depois), mandoo-me um Slide Show de fotos lindas de Luanda antiga. Qual não é a minha surpresa, quando quase no fim da apresentação vejo numa foto, em primeiro plano, o meu carro Lloyd - LP 400 saloon 1957 2 cylinders two-stroke -, matrícula AAF-1204 - 1958, que o meu pai me ofereceu no dia em que completei 18 anos! Muito provavelmente sou eu quem está ao volante, em Agosto de 1958, uma vez que me encontrava, quase diariamente, no bar do Restaurante Hotel Pólo Norte em Luanda, a cuja esquina, como a descrição indica, a foto foi tirada por alguém desconhecido:

Tanto quanto sei, não havia outro Lloyd em Luanda. Hoje esse carro, raro, valeria uma pequena fortuna para os coleccionadores. Só foram construídos 109.878 desse modelo para todo o mundo.
Tal como eu, hoje esse modelo é peça de Museu - vide http://www.microcarmuseum.com/tour/lloyd-lp400.html São realmente Coisas do Arco da Velha!
Pena que não faço a mínima ideia de como se carrega um slide show, porque este é digno de ser visto. Luanda, onde cresci e tive o conhecimento da razão, era linda! Recordo que a primeira vez que vi Portugal Continental, foi quando fui para o IVS. Dias antes de seguir para Cernache levaram-me numa viagem turística ao Norte. Numa paragem, uma das minhas tias, levou-me à Praia de Espinho e disse-me com muito orgulho, "vez, Sérgio, em Portugal também há praias bonitas!" Olhei e vi uma praia nua! Voltei-me para a tia e perguntei "Mas tia, uma praia sem coqueiros?!!!!!!" É que eu nunca tinha visto uma praia sem coqueiros...

Os nossos recreios

A Professora

O Sérgio lembrou o episódio da professora. Lembro-me de várias que por ali passaram. Umas mais novas, outras, nem tanto. Mas vocês devem lembrar-se da Drª Cristina, novinha e tocava acordeão. Vinha da Sertã com os alunos num autocarro que ia até Proença e trazia toda aquela gente. Imagino a que horas teriam que se levantar e a que horas chegavam a casa. Mas a Drª Cristina sentava-se numa cadeira e tocava no seu acordeão vermelho. ( Aliás ainda são vermelhos ). Era ver os rapazes a olhar, em silêncio ......... para as pernas da senhora.

A Professora que Quase não Foi.

Esta, tenho de contar!
Estávamos no dia do início de novo ano lectivo, creio que em 1955. Não tenho a certeza, mas a data não altera em nada a historieta. Sabíamos que íamos ter uma nova professora de história, mas não tínhamos a menor ideia de quem se tratava.
Na turma do 4.º Ano (antigo) era eu o Chefe de Turma, recém-empossado e cheio de vento. Tento manter a turma sentada e ordenada para dar as boas-vindas à nova docente que tarda em chegar. Alguns dos rapazes, repetentes como os Castelo-Branco, já pareciam mais homens que adolescentes.
De repente, abre-se a porta à esquerda da secretária e entra, sem nenhum acompanhamento, uma jovem - nada de deitar fora - dos seus 20, 21 anos. Naturalmente todos pensaram tratar-se de uma nova colega e, consequentemente, ouviu-se o elevar de vozes a trocar impressões sobre “a nova colega” e alguns já se levantavam para oferecer-lhe uma carteira estrategicamente situada que facilitasse a visualização daquele corpinho delicado e atraente. Só que a jovem, em vez de andar sala adentro, sempre de cabeça baixa, dirige-se à secretária e diz numa voz meiga, ainda de olhos no chão: “Bom dia! Sou a nova professora de história”.
Algazarra geral. A jovem lá levantou a cabeça e pela primeira vez olhou para os seus alunos. Dá de caras com o mano mais velho Castelo-Branco, bem encorpado e que já media os seus 1.76 de altura. Desata a chorar e sai porta fora. Eu, pego no ponteiro, mando sentar e calar a turma e vou atrás dela, fecho a porta e encontro-a lavada em lágrimas na varanda entre o externato e o campo de futebol. Resisti à tentação de abraçá-la e consolá-la e disse-lhe com firmeza: “Ó Sr.ª Doutora, por favor seque os olhos, encha-se de coragem e entre na sala. Se não o fizer, nunca mais será professora coisa nenhuma!” Ela entendeu o que eu queria dizer, olhou para mim com um ar agradecido, secou as lágrimas, esperou mais um minuto ou dois para se recompor, agradeceu-me, reparei, sem me tratar por tu (e daí em diante nunca tratou por tu quem fosse mais alto que ela). Pediu-me que entrasse primeiro e mantivesse a sala disciplinada. Assim fiz, passando pelos mais latagões e exigindo respeito à professora. Dois ou três minutos depois entrou ela, já bastante recomposta e talvez confiante, sentou-se, apresentou-se, pediu à turma para se apresentar e começou a aula.
Desde esse dia tornei-me um ferrenho estudioso de história, paixão que mantenho até hoje. Vendo-a pelo preço que a comprei: corria que se tratava de uma jovem ainda universitária a cujos pais a vida não tinha corrido bem, pelo que precisava do emprego, e obteve uma licença especial para leccionar antes de acabar o curso, mas só em colégio privado. Creio que o nome dela era Maria do Céu ou de Fátima, talvez Fátima por que penso recordar que a Maria do Céu era aquela professora de matemática que explicava que “este coiso mais este coiso dá tanto”...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Foto do Ten. Mendes Nunes, Dr. Gil Marçal...

Frente da esquerda: Prof. Ten. Mendes Nunes, Dr. Gil Marçal, Presidente da Câmara Dr. Peixoto. Atrás da esquerda: Prof. Leiria, (Prof. Adelino Torres?)
Aqui vai mais uma foto. O meu pai --Ten Mendes Nunes -- atrás o Prof Leiria ao lado dele nao sei . À frente, no meio, o Dr Gil e o da esquerda o Presidente da Câmara: Dr Peixoto. Este era o tal dono do perú que o prior torceu o pescoço.

Em defesa do Dr. Gil Marçal

Quando fazia a busca na NET do que havia sobre o Instituto Vaz Serra, deparei-me com isto e pergunto se algum de vocês conheceu e se lembra do professor de matemática Adelino Torres? Será este que de facto andou por lá pouco tempo?
PREÂMBULO ao livro de Sócrates Dáskalos: Um testemunho para a História de Angola Do Huambo ao Huambo por Adelino Torres Excerto Tal como a memória individual, também a memória colectiva possui uma estrutura narrativa: somos o que fizemos e nos aconteceu. Sendo assim, convirá então que se actualize a tradição dentro do molde narrativo no qual a recebemos, sob pena de, esquecendo o que fomos, perdermos a ideia de quem somos”. M. Fátima Bonifácio, Apologia da História Política, Lisboa, 1999. … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … Mas esta história não acabou aqui. Quando fui buscar o diploma do curso verificou-se que faltava a nota, no livro respectivo, de Física Matemática! O que me valeu é que os funcionários da secretaria já conheciam as distracções do Gajean, e deviam ser meus correligionários políticos, pois me entregaram os livros da secretaria (secretos e inamovíveis) para eu os levar a casa do Gajean e sacar a nota. Este recebeu-me como se eu já fosse doutor, perguntou-me outra vez quanto eu queria, e registou a nota nos livros!
Em seguida casei-me e como me faltasse o relatório de Astronomia, frequentei o observatório astronómico durante dois anos, findos os quais fui acabar o relatório em Cernache do Bonjardim, onde trabalhei no Instituto Vaz Serra como professor de Matemática. O seu director era o Gil Marçal, democrata e ferrenho oposicionista. Um belo dia fui a Coimbra visitar o Lúcio Lara e, no regresso, deixei por lapso numa das secretárias do colégio, três obras de Marx e Engels. O Gil Marçal encontrou esses livros mais do que peçonhentos, (era o suficiente para ir passar uns tempos em Caxias), entregou-mos em segredo, e no fim do ano lectivo, apesar dos muito bons resultados alcançados pelos meus alunos nos exames oficiais, libertou-se deste político que poderia causar-lhe alguns dissabores de maneira muito pouco democrática.
Foi então que fui para Lisboa pensando num emprego no Ultramar, de preferência fora de Angola para fugir às perseguições políticas. A barragem do Limpopo, em Moçambique, ia ser iniciada no conjunto da Cabora Bassa e, graças à intervenção do Dr. Madeira do Observatório Astronómico da Ajuda, estava prestes a ser contratado para o Limpopo quando surgiu a indispensável informação da PIDE que narrava que “eu era um membro activo do MUD, com ligações comunistas”.
O Dr. Madeira ficou desolado porque nunca tinha pensado que eu pudesse usar fraldas vermelhas e então eu pensei em aproveitar uma vaga no liceu de Macau, o que não foi avante porque minha mulher julgava que o meu objectivo principal era conhecer as chinezinhas! Resolvi voltar para Angola mesmo sem aquele emprego que todos os recém formados desejam quando são engenheiros ou doutores.
Casado e com um filho recém nascido eu ia embarcar numa 3ª classe do novo paquete “Uije” o que contrariava grandemente os pergaminhos da minha sogra e a desgostava por ver a filha casada com um engenheiro pobretão e sem emprego.
Fonte: www.adelinotorres.com/trabalhos/prefacio_socrates_daskalos.pdf Nota de rodapé: (cito de Adelino Torres) “O Gil Marçal encontrou esses livros mais do que peçonhentos, (era o suficiente para ir passar uns tempos em Caxias), entregou-mos em segredo, e no fim do ano lectivo, apesar dos muito bons resultados alcançados pelos meus alunos nos exames oficiais, libertou-se deste político que poderia causar-lhe alguns dissabores de maneira muito pouco democrática.” Obviamente, este professor não conheceu bem o Dr. Gil Marçal que, por um lado diz ter sido um democrata e ferrenho oposicionista e , por outro, acusa de antidemocrático. O Dr. Gil Marçal era um democrata dos quatro costados e isso valeu-lhe a ele ter sido afastado do IVS. Fazer acusações destas e publicá-las na NET quando o Dr. Marçal já não está entre nós para se defender diz tudo do professor Torres. Fica aqui registado o meu protesto!

Lembram-se do Carro e do Dono?

Ten. Mendes Nunes e o seu carro O meu pai tal como vocês o conheceram Pai sempre presente, nao só para os filhos como para os alunos que também eram os seus " filhos" Ou será que minto ?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Album do Jorge

Jorge da Cunha Fernades, aluno nº 456, e a sua inseparável máquina fotográfica. O Jorge na serra de Stª Madalena(1961) e a sua "conta contaflex) O Jorge com o colega António José Pereira de Carvalho(será àgua que estão a beber....) O Jorge ao meio com João Pereira Mendes (direita) e Dinis Crisóstomo (esq.) (1962) O Jorge com as colegas (sempre bem acompanhado digo eu...)

O edifício do internato novo

Para vocês matarem saudades! A foto não é muito boa, mas é o internato onde vocês passaram uma parte das vossas vidas.

E como é hoje por dentro

Esta é a ementa desta semana!

A nossa ementa não tinha esta apresentação e era uma reles enteada desta! E nós tínhamos o luxo de nutricionista! Sinto-me roubado!

O pato também não terá sido caçado pelo Prior...

No nosso tempo não havia nada disto...

Onde teríamos chegado com todas estas facilidades?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Algumas notas soltas do aluno nº351 IVS

Ao ler com bastante interesse e alguma nostalgia o historial do IVS,contado pelo Sérgio,como pela Natércia ou pelo Acácio,fez com que eu,apesar das minhas fracas qualidades para a prosa, mas lembrando-me da "Guidinha"(lembram-se dela?)que escrevia uma crónica semanal num jornal de Lisboa,salvo erro no Diário Popular,cujo texto não tinha vírgulas nem pontos finais,e que teriam que ser os leitores a colocá-los, pois estavam no fim do texto..
Os meus primeiros passos após saida de casa dos meus Pais foram no IVS 1957, era então Director, o Dr. José Vaz Serra, que era também professor de Geografia e dava aulas na sala do edifício antigo, o tal que tinha um portão de ferro.
Recordo-me que as aulas eram muito castiças! Começava por ditar o sumário e seguidamente agarrava no compêndio de Geografia e começava a ler.....(dava cá um sono!).Lia umas três ou quatro folhas e terminava a aula.Na aula seguinte,a prática era a mesma, seguindo a leitura a partir da página em que tinha ficado.
Quanto aos perfeitos Paiva, Isaias e outro que está na foto, cujo nome não me recordo, não tenho a mencionar qualquer razão de queixa, todos me tratavam bem, apesar de reconhecer que
realmente o Paiva era o mais ríspido, embora não todos os dias.
Quanto ao Ten.Mendes Nunes,tenho também boas recordações,pois quando estava na sala de estudo e nós tinhamos alguma dúvida,principalmente de matemática ou de álgebra, ele estava sempre pronto a ajudar-nos e ficavamos bem esclarecidos.Havia realmente o problema do cigarro...mas com um sopro no livro, o assunto ficava resolvido.
Naquelas idades há coisas que nos ficam na memória e causam traumas.O Sérgio que o diga, por causa do Sarrabulho...! Eu também tenho um, mas ficará para uma outra altura a sua divulgação. Trata-se de "o gato e o cozinheiro" e é de todo um pouco macabro!
Recordo-me que havia uma grande rivalidade com o Colégio Nun'Alvares em Tomar e pela crónica do Sérgio já estou a perceber o porquê! A rivalidade era tanta que me recordo que quando a camioneta da Viação de Cernache passava por Tomar e nos transportava quando iamos ou vinhamos de férias, a malta dizia que ela não podia parar ao pé do colégio Nun'Álvares.
Por hoje,isto já vai longo e por isso vou terminar, mas à medida que a memória me trouxer novas histórias elas serão aqui contadas, caso isso não vos cause maçada.

Recordações

O Prior conseguia torcer o pescoço aos galos? Sei que havia uns professores que tinham galinheiros no quintal, pois o mercado era só à Segunda feira e precisava de se arranjar comida para o resto dos dias. Então uma noite um galo lindo, amarelo e crista vermelha desapareceu do galinheiro do Dr. Faia ( o tal da gravatinha). O meu pai convidou os professores, colegas do IVS para uma jantarada. Comeu-se canja, cabidela e pudim. O Dr Faia lamentou-se muitas vezes , pesaroso, do desaparecimento do seu galo. Lá pela meia noite, já tudo bem comido e bem bebido, chega a empregada do meu pai com um alguidar cheio de penas amarelinhas .... O homem espumou de raiva .... e saiu porta fora a praguejar. Afinal tinha sido o Mendes Nunes quem lhe tinha roubado o galo, mas teve o descaramento de lho dar a comer, também. Natercia

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Canonização de Nuno Álvares Pereira

O Papa Bento XVI anunciou hoje a canonização este ano de dez beatos, entre os quais o carmelita português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, segundo um comunicado do Vaticano.
Nuno Álvares Pereira integra, ao lado de quatro italianos, o primeiro grupo, que será canonizado no próximo dia 26 de Abril. Os quatro italianos são o padre Arcangelo Tadini (1846-1912), fundador da Congregação das irmãs operárias de Sagrada Família, a religiosa Caterina Volpicelli (1839-1894), fundadora da Congregação das Ancelles do Sagrado-Coração, o teólogo Bernardo Tolomei (1272-1348), fundador da Congregação do Mont-Olivet, e Gertrude Caterina Comensoli (1847-1903), fundadora das Irmãs Sacramentinas.
O segundo grupo de cinco beatos será canonizado a 11 de Outubro e integra a francesa Jeanne Jugan (1792-1879), fundadora das Pequenas Irmãs dos Pobres, o arcebispo polaco Zygmunt Szczesny Felinski (1822-1895) e dois religiosos espanhóis, o dominicano Francisco Coll y Guitart (1812-1875) e o irmão trapista Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), assim como o belga Jozef Damian de Veuster (1840-1889), membro da Congregação dos Sagrados-Corações de Jesus e Maria. O Beato Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira, 1360-1431) foi beatificado em 1918 por Bento XV e, nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização. A sua memória litúrgica celebra-se, actualmente, a 6 de Novembro.
O processo de canonização foi reaberto a 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, em sessão solene presidida por D. José Policarpo. Uma cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo, por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe. O cardeal Saraiva Martins, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, conduziu no Vaticano o processo de canonização. Segundo D. José Saraiva Martins, a idosa sofria de "uma úlcera na córnea, uma coisa gravíssima". "E os médicos, realmente, chegaram à conclusão que aquilo [a cura] não tinha explicação científica", frisou, em declarações recentes à Lusa, explicando que o processo de canonização de D. Nuno Álvares Pereira chegou ao fim "em três meses", entre Abril e Julho de 2008.
Em Abril, "o milagre atribuído à intervenção do beato Nuno foi examinado pelos médicos [do Vaticano]" e, em Maio, pelos teólogos, "no sentido de saber se tinha sido efeito da oração feita pela doente, pedindo-lhe a sua cura". Os cardeais da Congregação das Causas dos Santos viriam a aprovar as conclusões, "tanto dos médicos como dos teólogos, e, em Julho, a documentação resultante foi presente ao Papa Bento XVI por D. José Saraiva Martins. Em Novembro, em Fátima, os bispos católicos portugueses tornaram público o desejo de Bento XVI se deslocar a Portugal em 2009, fazendo conciliar essa viagem com a canonização de Nuno de Santa Maria.
Desde o início do seu pontificado, Bento XVI proclamou 18 novos santos mas contrariamente ao seu antecessor, João Paulo II, não preside às missas de beatificação, normalmente celebradas nos países de origem dos beatos, lembra a agência especializada I-media.
Fonte: LUSA

O Album II do Jorge

O Jorge no meio das colegas e o Facha de casaco Claro e mais não sei......
Na rua que ia dar ao colégio o Jorge (o camisa branca)

O Album do Jorge

O Jorge Cunha Fernandes na Serra Stª Madalena Ano lectivo 1961

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O aluno nº 192 do I.V.S. com dois meses de casa e já com a medalha de Bom Comportamento pregada ao peito. Mas não foi fácil, não?

Tenho de fazer uma confissão. Sou filho único, era muito mimado quando cheguei ao I.V.S.. Tão mimado que muitas vezes ao jantar em casa, por pura birra e para testar a minha mãe, quando ela me punha o prato à frente eu dizia “não gosto, quero outra coisa”! A mãe, em vez de dar-me um par de bolachas, saia disparada e preparava-me um prato diferente.

Deixado de repente num sítio desconhecido, a 6.000 km da casa onde reinava, a primeira coisa que me ocorreu foi que os pais se queriam ver livres de mim. E foi com essa dúvida na cabeça que me sentei pela primeira vez no refeitório do externato velho, entre gente desconhecida a olhar-me de soslaio e a cochichar que eu bem os ouvia. Eu tinha chegado nessa tarde. Fui logo verificar se tinha a braguilha aberta ou coisa que o valha.
Pois bem, servem o jantar e põem-me no prato uma coisa mal-encarada que nunca me tinha sido apresentada, formal ou informalmente. Lembrei-me como as minhas birras funcionavam à maravilha lá a 6.000 km de distância e, vai daí, tentei o mesmo truque: “Não gosto, tragam-me outra coisa para comer”, disse em voz firme e razoavelmente alta.
Risada geral no refeitório! Nisto, aproxima-se um cidadão mal-encarado, com a cara bexigosa e de pele avermelhada que me diz: “Ah, então o menino (arrasta a palavra me------ni-------no) não gosta! Pensas que estás num hotel de 5 estrelas? Pois vais passar a gostar de sarrabulho a vida inteira! Não sais da mesa até comeres!”

Eu sabia lá o que era sarrabulho! E assim foi. A rapaziada acabou de jantar e saiu pela porta fora a rir como se eu fosse um marciano e eu fiquei sentado. O cidadão mal-encarado, com a cara bexigosa e de pele avermelhada sentou-se a ler um livro a alguma distância. Pensei para mim, vou vencê-lo pelo cansaço. Ainda pedi duas ou três vezes para ir-me deitar, mas a resposta foi sempre “negativo, come!”. Quando a cabeça ensonada me começou a cair sobre o prato, entendi que tinha perdido a parada. O cidadão mal-encarado, com a cara bexigosa e de pele avermelhada - que vim a saber se chamava Paiva - o famoso Prefeito Paiva - e a minha mãe não tinham nada em comum. Este não tinha coração! Só me restou uma saída, meter duas garfadas à boca e ver no que dava. Assim fiz e enquanto o fazia não é que aquela porcaria até tinha um bom sabor? Pensei para mim, “bolas, és matumbo pula (branco estúpido em dialeto kimbundo), se isto sabe bem frio, quente deve ser uma delícia”. Finalmente, o Prefeito Paiva, lá me deixou ir deitar.

E de facto passei a gostar de sarrabulho até hoje.
Assim foi a minha desfloração de menino mimado.
P.S. Fiquem descansados com o pormenor da revista enrolada na mão, seus mal intencionados. Foi ideia do tira retratos e não era a PlayBoy...

Antigo Aluno Rui Gomes: do I.V.S para a fama no cinema internacional

Rui Gomes (Beira 1939-Lisboa 2001) Quem se recorda do Rui Gomes, um rapaz loiro que veio de Moçambique e que também faleceu prematuramente? O Rui não era grande companheiro para as nossas patifarias, nem para desporto. Era um pouco taciturno, mas educadíssimo e amigo do seu amigo. Tinha uma ambição o Rui, ser artista de cinema. Era a nossa reserva das revistas de cinema daquele tempo que nós íamos espreitar longe da vista dele para vermos as vedetas da época: Marilyn Monroe, Rita Hayworth, New Barbara Stanwyck, Doris Day, Mitzi Gaynor, Debbie Reynolds, Elizabeth Taylor, Esther Williams, Anne Baxter, Ann Blyth, Claudett Colbert. Pois o Rui foi mesmo artista de cinema, realizador e escritor. Curiosa foi a circunstância em que voltei a ter notícias do Rui Gomes, mais uma década depois de ambos termos deixado o I.V.S.. Corria o ano de 1971, estava eu na África do Sul há 8 anos quando me pus a conversar com um colega de trabalho sobre Moçambique, donde era a namorada dele. Ao falar-se na Beira, veio-me à memória o I.V.S. e o Rui Gomes que sabia ter nascido lá e disse ao colega, Eduardo Ferros (sou padrinho da única filha do Eduardo), que havia dois rapazes da Beira no colégio e disse-lhe os nomes, Telmo e Rui Gomes. Para meu espanto, o Eduardo Ferros retorquiu: - “Rui Gomes da Beira? Conheço-o muito bem e lembro-me dele falar num colégio interno onde andou lá para os lados de Tomar! Eu fui o operador de câmara do filme Verde Anos (Estreia: Cine-Teatro São Luiz, Lisboa, em 29 Novembro 1963), onde ele desempenhou o papel principal (Júlio). O filme que marcou a viragem do cinema português!” Fui confrontado com duas surpresas, o Rui artista de cinema e o Eduardo Ferros, que eu pensava já ter nascido na aviação comercial, tinha sido um operador de câmara profissional. Depois contou-me que tinha feito um curso de operador de câmara na Inglaterra, mas que tinha desistido da profissão logo depois do Verdes Anos ter sido acabado, por que o cinema em Portugal pagava pouco. E mais me contou que o Rui Gomes tinha ido para Paris depois do colégio frequentar uma academia de formação de actores de cinema e televisão e que antes de fazer o Verdes Anos já tinha tido papéis importantes noutros filmes. Mas nunca mais tive a oportunidade de ver o Rui Gomes, senão na tela. No Verdes Anos, com 24 anos de idade, ainda tinha as feições iguaizinhas às de Cernache, incluindo o corte de cabelo.

Rui Gomes e Isabel Ruth em "Os Verdes Anos", de Paulo Rocha. (Col. Cinemateca Portuguesa)

Eis uma curta biografia e filmografia do Rui, onde o Eduardo Ferros é também reconhecido: Full cast and crew for Verdes Anos, Os (1963) Directed by Paulo Rocha Writing credits (in alphabetical order) Nuno Bragança writer Paulo Rocha writer Cast (in credits order) Rui Gomes ... Júlio Isabel Ruth ... Ilda Ruy Furtado Paulo Renato ... Afonso rest of cast listed alphabetically: Óscar Acúrcio Alberto Ghira Cândida Lacerda Carlos José Teixeira Rosa María Vázquez Produced by António da Cunha Telles .... producer Original Music by Carlos Paredes Cinematography by Luc Mirot Second Unit Director or Assistant Director Fernando Matos Silva .... assistant director Camera and Electrical Department Eduardo Ferros Crítica ao filme: "Os Verdes Anos é o primeiro filme das produções Cunha Telles que, pode dizer-se, começavam com o pé direito: o filme seria premiado em Locarno, o nome de Paulo Rocha surgia nas principais revistas de cinema europeias como uma revelação. Visto hoje, Os Verdes Anos têm o grande mérito de ser um documento precioso sobre Lisboa do princípio dos anos 60, o seu provincianismo, o desespero e a sufocação de uma geração jovem. Para o cinema, o filme revelava ainda a sensibilidade de um compositor (Carlos Paredes) que construiu um tema musical que ficaria célebre (...). Pela primeira vez depois de muitos anos este filme sintonizava-se com a realidade portuguesa, espelhava-a. Era um vento de mudança no cinema que por cá se fazia. Mas a mudança não estava só na respiração temática. Acontecia também (...) na respiração fílmica, na atenção aos movimentos de câmara, à realidade plástica dos planos, aos tempos. Mais de vinte anos depois, Os Verdes Anos, não ganharam cãs, sabemo-lo... O que quer dizer que o Cinema Novo que nele se propunha o era, de facto." João Bénard da Costa, in Histórias do Cinema, Sínteses da Cultura Portuguesa, Europália 91, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa.

Noutro filme em exibição no Japão

Nos "Os Olhos da Ásia" Rui Gomes contracenou com Geraldine Chaplin

Lá onde estás, Rui, descansa em paz!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Tribuna VIP II

A mesma sequência do Dreby anterior vendo-se em primeiro plano Ten Nunes e quem será o aluno?

Tribuna VIP

Nesta tribuna estão presentes alguns familiares dos alunos ERO, em primeiro plano o padre Domingues ao fundo o Ten Nunes todos com muita atenção a seguir o grande Dreby IVS-ERO

As nossas colegas

Não estão lindas as nossas colegas? A foto não está muito boa (passeia pelo retoque do Photoshop), não lhe fazem justiça, mas passadas tantas décadas temos de aceitar o seu testemunho. As duas fardas, em cima a de caqui, uso diário ou trabalho, em baixo a azul, farda de gala Em cima estão da esquerda a Laurinda Alves e a Maria Emília Sequeira, sentadas também da esquerda estão Irene Martins e a Natércia Mendes Nunes.
Olhando para a Natércia, que creio é a mais nova e teria os seus 13/14 anos, a foto é de 1955 ou 56.

O sítio será o Ramalhal?

A foto é uma cortesia do arquivo pessoal da Natércia. Obrigado menina!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Uma pequena lembrança

Há memória do Ten Nunes Que a filha (Natércia) me perdoe mas não me recordo dela, no entanto ao ler o nome de seu Pai veio-me á memória a lembrança da maneira, com alta tecnologia, ele fazia para pôr o carro a trabalhar em dias de Inverno.... e sempre que o fazia, eram vários os curiosos a assistir o carro se não me engano era um Skoda ou um Sinca já não me recordo. I dentro do carro buscar um frasco com éter embebia um desperdício com ele colocava-o no carburador e ai estava o carro a tabalhar..

O baú das recordações

Eu e o Pedro que era de Moçambique e por vezes vinha nas férias para as Caldas para casa de uma família amiga
O Daniel e eu numa saida de campo que já não me recorda em circunstâcias.

Breve História do Instituto Vaz Serra

O actual edifício e “porta-bandeira” do I.V.S., ergue-se em três pisos, tem 50 anos, tendo sido construído por volta de 1958/59 com o objectivo de alojar os alunos internos do Instituto Vaz Serra, nomeadamente, os vindos das ex–colónias, onde o IVS era conhecido pela excelente formação que dava aos seus alunos.

Precedido por edifícios mais antigos, os do Colégio Vaz Serra, que viram a sua primeira pedra lançada pela mão do seu fundador - o Comendador Libânio Vaz Serra - em 19 de Julho de 1950, o edifício escolar tem vindo a ser transformado gradualmente. O Senhor Libânio Vaz Serra, ao fundar o Colégio, visou, essencialmente, implementar o ensino e dar a oportunidade de melhorar as condições de vida aos seus conterrâneos.

No início, o Colégio funcionou em duas casas antigas - internato e externato - na Quinta de Santa Cruz, com um total de 50 alunos (do sexo feminino e masculino) dos quais 28 eram internos.

O externato iniciou o seu funcionamento no ano de 1950 mas o internato novo só se concluiu por volta de 1959; todavia, havia uma residência familiar, da família Amâncio, que albergava já alguns alunos. O ginásio, o ringue e o edifício novo (actual I.V.S.) datam do mesmo período de construção.

Usar farda tornou-se norma no primeiro momento de funcionamento do Colégio, pois visava a não discriminação entre os alunos mais favorecidos e menos favorecidos. Aos alunos era ministrada instrução de armas e em dias de festa ou comemoração de eventos especiais, os alunos formavam o Batalhão do IVS e desfilavam arma ao ombro pela ruas da aldeia. A aldeia, presumível berço de D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, foi elevada a Vila em 20 de Agosto de 1955.

Após o 25 de Abril de 1975 o edifício que cumpria o objectivo de internato foi restaurado e transformado no actual edifício do I.V.S.. Este tem vindo a ser arranjado: foram construídos mais balneários e recuperados os antigos, assim como pintura exterior e algumas paredes; recentemente reformularam-se e alargaram-se algumas salas criando novos espaços (sala dos professores, sala 59 e 33, sala de Informática, laboratório de biologia, etc.). Estas obras foram custeadas pelo I.V.S..

A escola é constituída por três pisos e possui alguns recursos materiais significativos. O I. V. S. funciona em horário normal, das 9 às 17 horas, com rotatividade de turmas para almoço.Quando os professores falam da Escola aparecem no seu discurso adjectivos como dinâmica/activa/criativa. No ano lectivo de 2004/05 estavam colocados na Escola um total de 58 professores e 25 funcionários (serviços administrativos e auxiliares da educação) e um total de 588 alunos (do 2º/ 3ºCiclos e Secundário diurnos, Ensino Recorrente 3º Ciclo e Secundário).

O Instituto Vaz Serra foi um dos mais conhecidos e prestigiados Colégios particulares mistos do país. Responsável pela formação das gentes desta terra, por ele tem passado estudantes dos espaços geográficos mais recônditos do país, ex-colónias, ex-Congo Belga, África do Sul, e dele tem partido com lanhos de saudade tornando-se Doutores, Engenheiros, Médicos, Deputados, Professores, Ministros, Militares de Alta Patente, Actores de Cinema, Cineastas ... enfim... Mulheres e Homens de sucesso. É desta forma que a Águia que encima o escudo do emblema do I.V.S. cultiva a sua actualidade.

Memórias do Futebol

Fui informado de que o jogador junto à baliza é o Mário Isac, guarda-redes do ERO
Para complementar as fotos colocadas pelo José Avelar, aqui está outra tirada no mesmo dia, se a memória não me falha.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Convite

Ao Acácio Leite para contar a história de Fátima...
se não me engano foi esta a equipe...

As imagens para ajudar a memória..

Quem identificar os presente diga..... eu dou uma ajudo dos que me lembro
guarda redes o Daniel, eu , Rangel, Victor Rosado o sétimo o Ségio.

Memórias do Acácio

A MINHA PRIMEIRA DETENÇÃO
Os alunos do IVS , fora do âmbito escolar, tinham 3 paixões: as equipes desportivas do IVS, o Grupo Desportivo Viação de Cernache (presidido e financiado pelo Fernando Vaz Serra e hoje rebaptizado Vitória de Cernache) e a gloriosa Académica.
A grande rivalidade a nível do Cernache era com o Benfica de Castelo Branco, habitual papão da zona.
Num dia de Cernache versus Benfica, jogo decisivo para o campeonato, o árbitro (quem havia de ser) validou quase no fim do jogo um golo ao Benfica que não tinha entrado. Foi uma bola pingada sobre a baliza que o nosso guarda redes , embora tivesse os pés dentro da baliza, agarrou calmamente a bola fora da linha de golo. Para espanto de todos, mesmo dos jogadores do Benfica, o arbitro apitou e apontou para o centro do campo, validando assim o golo.
Estada instalada a confusão. O jogo acabou com a vitória do Benfica com aquele golo ROUBADO e lá foi a claque do Cernache para a Sede do Clube em frente do famoso Clube Bonjardim , onde se recolheu a equipe de arbitragem, fazer a confusão do costume e mimar o árbitro com aqueles nomes bonitos que a malta sabia tão bem usar em semelhantes ocasiões.
Choveu durante o jogo todo (morrinha) e continuava a chover. De repente sinto-me agarrado. Olho para quem me agarrava e vejo que é um GNR a dizer que eu estava preso. Pergunto-lhe porquê e ele diz-me que estava preso porque eu tinha esfaqueado os pneus do carro do árbitro. Eu disse-lhe que ele estava enganado, que não tinha feito nada disso e a malta começou a defender-me e gerou-se nova confusão. Então ele disse: “eu vi muito bem o que fizeste, foste por ali e por acolá e ainda lá está uma marca do teu pé quando saltaste o portão do Clube Bonjardim”.
Quando ele falou em marca de pé eu aliviei a pressão já que calçava , já na altura , 44 ou 45 biqueira larga e desafiei o GNR a mostrar onde estava a tal marca. Formou-se uma caravana atrás de nós, eu e o GNR, atravessámos a estrada em direcção ao Clube Bonjardim, passámos pelo portão de madeira e o GNR apontou uma marca no chão e disse-me para pôr o meu pé lá. E pus! Não é que era tal e qual o meu pé? O GNR riu-se e disse-me: “eu vi mesmo que eras tu . Estás preso”.
Eu sabia que não tinha sido eu, fiquei chateado e revoltado com a injustiça e com as consequências e só levantei a minha moral quando me comecei a aperceber que afinal eu tinha virado herói naquela história, pois a malta dava vivas ao Yustrich e todos, ou quase todos, seguiram no cortejo até á porta do posto da GNR. Mandaram chamar o Dr. José Vaz Serra, mas como era domingo ele tinha ido, como habitualmente , para a Figueira da Foz e então eu fiquei detido até às 8 ou 9 horas da noite à espera do director e a malta lá fora a fazer a confusão do costume e a dar vivas ao Yustrich, o que se calhar agravava a minha situação junto da GNR.
Quando o Dr. José chegou, olhou para mim e perguntou-me: “o que é que fizeste Hermenegildo?” (era assim que era tratado oficialmente) Eu respondi: “Sr. Dr. estão a dizer que eu esfaqueei os pneus do carro do árbitro e eu juro que não fiz nada”. “Está bem”, disse ele, e foi falar com o comandante . Passados 5 ou 10 minutos fui solto e segui em cortejo para o IVS.
Nem o Dr. José, nem ninguém mais me falou no assunto. Viemos a saber mais tarde que, como sempre, o Dr. José assumiu o pagamento do prejuízo para não prejudicar o bom nome do IVS e eu, sem nada ter feito, passei a viver com a fama de ter esfaqueado os tais pneus.
Acácio Leite

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Joãozinho ou Quinzinho?

A foto não está muito boa, foi recortada de outra aqui publicada, mas dá para ver o Joãozinho de cócoras no meio de colegas maior que ele.
Quem se lembra do Joãozinho (ou Quinzinho?), o miúdo de 5 anos que de repente apareceu no IVS em 1958 vindo do então Congo Belga, onde os pais viviam, durante a fase conturbada imediatamente anterior à descolonização? O Joãozinho era de longe o mais novo de todos os colegas, uma vez que a instrução primária começava aos 7 anos e para o Joãozinho poder frequentar o internato do IVS foi preciso uma autorização excepcional, como excepcional era, então, a situação no Congo Belga. Recordo três histórias deliciosas protagonizadas pelo Joãozinho, logo que ele começou a ambientar-se ao internato, onde todos os colegas eram mais velhos, como já referido. Primeira história – Um belo dia o director Gil Marçal entra por aquele enorme portão de ferro de acesso ao velho internato, ao lado da fonte, e vê um palavrão escrito a giz a três palmos acima da base da parede. Um palavrão àquela altura não deixou dúvidas ao Dr. Marçal, quanto ao autor! Voltou-se para o Prefeito Paiva e ordenou-lhe que fosse buscar o Joãozinho. Chegado o Joãozinho desenvolve-se esta conversa: “Joãozinho, foi o menino que escreveu aquela palavra na parede?", pergunta o director do IVS, com aquela cara sisuda que exibia naquelas circunstâncias. O Joãozinho aproxima-se da parede e começa a soletrar o palavrão... “Não fui eu Senhor Doutor...”, gagueja e logo a seguir, ilumina-se-lhe a cara e remata, “Essa palavra não está no meu livro!” Segunda história - Depois de tocado o recolher (lembram-se que havia um corneteiro que tocava a alvorada e o recolher?), nós iniciávamos as nossas pequenas patifarias. Uma delas, depois de apagadas as luzes nas camaratas, era quando alguém ia à casa de banho, entreabríamos ligeiramente a porta da camarata, colocávamos uma bota ou um sapato entre o topo da porta e da parede, para quando o colega empurrasse a porta para entrar o sapato ou a bota cair-lhe na cabeça. Pois bem, numa certa noite o Dr. Marçal resolver fazer uma vistoria pelas camaratas e, ao empurrar a porta de uma das camaratas cai-lhe uma bota diminuta na cabeça, derrubando-lhe o charuto (apagado) e os óculos. Baixa-se, recupera e coloca os ósculos, pega na bota e, pelo tamanho, não teve nenhuma dúvida a quem pertencia... “Joãozinho vem já aqui!”, gritou. E lá ficou o Joãozinho sem recreio durante 3 dias! Terceira história - Do lado direito do jardim à frente do antigo internato havia um pequeno reservatório de água com uns peixinhos vermelhos. Todos nós sabíamos quantos peixinhos lá havia, dávamos côdeas de pão aos bichinhos e ficávamos a vê-los nadar. Um belo dia alguém repara que faltavam alguns peixes. Pusemo-nos à espreita e não foi preciso muito tempo de espera para aparecer o Joãozinho, olhar para todo o lado para certificar-se que ninguém via, tirar do bolso um cordel com um bocado de arame dobrado e pôr-se à pesca... Por onde andará o nosso Joãozinho?
Sérgio (IVS nº 192)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

As Histórias do Acácio

Cabeçada do Tony Vieira Pereira da equipa IVS
História deliciosa contada por Acácio Leite, publicada aqui com sua autorização e com a devida vénia ao Blog Externato Ramalho Ortigão, onde foi originalmente publicada.
Amigo João (Nota: o endereçado é o João Jales do blog ERO) Eu sou um ex-aluno (1957/8/9 ) do IVS ( Instituto de Voos Supersónicos, como lhe chamávamos, ou Instituto Vaz Serra, como era oficialmente conhecido), de Cernache do Bonjardim e fazia também parte da equipe de futebol que anualmente defrontava o E.R.O. , salvo erro um ano em Cernache e outro nas Caldas .
Passávamos o ano à vossa espera. O nosso colégio também era misto e daí acontecerem cenas giras, com o esmero nas recepções a ser recíproco.
Eu, infelizmente, não tenho fotografias dessa época já que fui apanhado pela descolonização de Angola, onde presentemente vivo, e quando daqui saí tudo deixei.Foi uma história que me marcou profundamente ao longo da vida e que me farto de contar , quer no seio da minha família quer no seio dos meus amigos É uma história que hoje talvez fosse impossível ser vivida já que os valores, quer se queira quer não, são outros. Tanto me marcou que, de tudo quanto vivi em comunhão com a malta do ERO, apesar de ter lembranças gerais no pormenor apenas ficou um nome, já lá vão 50 anos e não me lembro se a M. era alta ou loira, bonita ou feia, gorda ou magra. Era linda por dentro.
O caso passou-se numa recepção que nos foi feita nas Caldas da Rainha em 57 ou 58 do século passado.Ao chegarmos às Caldas, no ponto de encontro pré estabelecido, estavam alguns membros do ERO, na sua grande maioria meninas, e nós éramos para aí 50 alunos do IVS. Qual o nosso espanto quando à saída do autocarro fomos logo ali condecorados com os "bordalinhos" de gravata e ainda por cima pelas meninas. Eu era dos novos e calculem como fiquei vermelho de vergonha, mas depressa me passou, ao aperceber-me que as meninas agiam com a maior naturalidade do mundo, embora algumas com um pouco de maldade.Falou-se no almoço (nós tínhamos recebido dinheiro para nos desenrascarmos) e alguém me deu o braço e disse: “tu vais almoçar comigo” .Era a M . A seguir a mim, deu o braço a outro colega meu e o que é certo é que não ficou ninguém sem ser convidado para ir almoçar.Depois do jogo (não me lembro do resultado), onde a M e outras meninas andaram com umas capas negras a fazer o peditório pelas bancadas, lá fomos nós para o que eu julgava que era o Casino, mas pelos vistos era o Turismo, para o célebre e esperado lanche e baileEra regra, nos nossos lanches quer no ERO quer no IVS, primarmos por patifarias, principalmente no campo das bebidas. No Turismo a ratoeira foi uma enorme taça de cup, que nunca chegou ao fim, e cheia de octanas.

A farra estava muito boa e, já com o cup a fazer efeito, pedi namoro à M. Ela aceitou de imediato e eu fiquei nas nuvens.No fim da festa o nosso autocarro encostou à porta do Turismo e o nosso director, mais o director do ERO e um ou outro colega em melhor estado, ajudaram a meter os em pior estado dentro do autocarro.Chegados a Cernache, logo nos primeiros intervalos de segunda-feira, começámos a contar uns aos outros as nossas aventuras amorosas e rapidamente chegámos á conclusão que a M. tinha aceite propostas de namoro de 4 ou 5 ou 6 ou 7 , não me lembro bem .Ficámos fulos e estávamos nós a preparar uma resposta à altura da situação quando começamos a receber cartas da M.Era ela a desfazer o namoro com cada um de nós e a explicar porque é que tinha aceite: nós não estávamos em condições de ouvirmos um não e em defesa do bom ambiente e da camaradagem, ela decidiu aceitar namoro de toda a gente que lhe pedisse, para que nós, em caso de recusa, não tivéssemos pretexto para arranjarmos problemas e estragarmos o ambiente .Não me lembro se outras meninas do ERO fizeram a mesma coisa pelas mesmas razões.É esta a história do meu " namoro " com a M.Como vês João não há maldade nenhuma. Acho que ao escrever esta história estou a prestar uma respeitosa homenagem a uma pessoa que admirei quiçá pelo seu físico ou sua aparência, mas fiquei a respeitar pelo seu íntimo.

Para ti um abraço
Acácio Leite (alcunha IVS "Yustrich")

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Homenagem ao Professor Gil Marçal

Este foi o cartaz que anunciou a reunião de antigos alunos de 21 de Maio de 2005,
em homenagem ao grande educador que foi o Dr. Gil Marçal, director do Instituto Vaz Serra nos anos 50.

Homenagem ao Saudoso Tony Vieira Pereira

A imagem é de uma conferência de imprensa em São Paulo, em 1988, ao microfone estou eu ladeado por dois intelectuais paulistas e o Tony Vieira Pereira, último à direita na foto. O Tony tinha acabado de ser nomeado Director do Turismo de Portugal no Brasil.
É com muita consternação que acabo de saber pelo José Avelar que o nosso Tony Vieira Pereira já não está entre nós.
O Tony foi uma das figuras mais carismáticas e marcantes do Instituo Vaz Serra da última metade dos anos 50. Companheiro da equipa de futebol do I.V.S. e de muitas farras, um grande amigo de infância ainda anterior ao I.V.S., com quem vim a cruzar caminhos na idade adulta e profissional ai pelo mundo fora. O Tony foi uma amizade que transcendeu o Parque das Caldas, ainda garotinhos, a juventude no Internato do I.V.S. e entrou pela idade adulta durante uma vida inteira.
Homem inteligente, culto, nascido numa respeitada família das Caldas da Rainha (vide Família Vieira Pereira no Blog do Externato Ramalho Ortigão), de uma esmerada educação, amigo do seu amigo, de um humor inultrapassável, um grande profissional ao serviço do Turismo de Portugal no exterior. Esse foi o Tony. E é a recordação que sempre dele guardarei.
Ai onde estás e encontraste a paz eterna, querido Amigo Tony, faz o favor de guardar um cantinho para quando chegar a nossa vez.
Sérgio (I.V.S. 192)