quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fui de propósito a Castelo Branco ver e visitar o antigo professor de Português. Aqui está no alto dos seus 84 anos, " porreirinho" da vida. Ainda faz campanha política e é mandatário distrital do Manuel Alegre. Encontrei um homem cheio de vida e força: O Dr Manuel João Vieira ! É aqui neste escritório cheio de livros que faz a sua vida diária. Podem ver na parede as fotografias dos netos. Um é médico e o outro actor. O outro neto não sei. Gostei muito de o ver. Está aberto a quem o quiser visitar ou telefonar. Lembra-se de muita gente, menos o episódio do " roubo" do querido Skoda ( era do irmão). O irmão Albertino faleceu assim como o irmão mais novo, que foi nosso colega O José faleceu o ano passado. A visita valeu pelo passeio todo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Teatros do Bairro Alto

É no Teatro do Bairro Alto, na rua Tenente Raul Cascais, que a Cornucópia, uma das mais prestigiadas companhias teatrais portuguesas, tem a sua sede. Fundada em 1973 por Jorge Silva Melo e Luís Miguel Cintra, então dois jovens oriundos do teatro universitário. A companhia só conheceu sede própria depois de 1975, ocupando as instalações do até aí Centro de Amadores de Ballet. Porquê Teatro do Bairro Alto? Creio que é uma homenagem e a continuação da memória de quatro casas de espectáculos que desde o século XVIII existiram na zona. O primeiro terá iniciado funções em 1733, existindo até ao Terramoto de 1755 e foi chamado de “Casa dos Bonecos”, por lá se representarem peças com marionetas, como então estava na moda. Foi aí que os alfacinhas de “capote e faceira”, mais do que provavelmente de cabeleira empoada puderam deliciar-se com as óperas de António José da Silva, o “Judeu”, que acabaria os seus dias assassinado pela Santa Inquisição num gigantesco auto de fé levado a cabo no Rossio, em Outubro de 1739. Outro teatro do Bairro Alto foi a Academia da Trindade (numa sala do palácio dos Monteiros Pains, no local onde hoje está o Teatro da Trindade), que com o anterior co-existiu. Os outros dois foram a Ópera do Pátio do Conde de Soure (Páteo do Conde Soure, à rua da Rosa), que se sabe ter dado espectáculos 1760 a 1771 e onde cantou Luísa Todi e, finalmente, o Teatro do Pátio do Patriarca ou de S.Roque (nas proximidades do actual largo Rafael Bordalo Pinheiro, mais conhecido por largo da Misericórdia), que durou de 1812 a 1835. Publicado em 5 de Janeiro no jornal i por António Mendes Nunes

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um capilé como arma letal

Em 1845 o país estava em polvorosa, com revoltas um pouco por todo o lado contra o governo de Costa Cabral, que decretara desvalorizações brutais de moeda e outras medidas que dariam lugar à revolta da Maria da Fonte e à Patuleia, menos de um ano depois. Se o país estava em cacos, o Teatro de São Carlos também não ia melhor. Artistas medíocres, falta de reportório e muitas pateadas.A nossa história centra-se não numa figura principal, mas sim num modesto cabo de coristas, de seu nome José Maria da Conceição, mas conhecido em toda a Lisboa como José Maria Saloio, homem valente, de envergadura física impressionante, normalmente bonacheirão, mas capaz de varrer sozinho uma feira se lhe não falassem com jeito.No dia 26 de Dezembro de 1845 representava-se "Maria Padilla", de Donizetti, houve um pequeno desaguisado e o barítono italiano Luiz Salandri insultou o José Maria Saloio. Este calou-se, mas três dias depois (passam hoje precisamente 165 anos), estava o José Maria a beber um café e uma garrafa de conhaque no Tavares, entrou o Salandri, que se sentou a uma mesa. Mal o viu, o cabo das coristas chamou um criado e mandou servir um capilé (refresco muito doce de folha de avenca) ao cantor. Este fez menção de recusar e de se levantar e de pronto José Maria Saloio lhe pôs a manápula no ombro e o colou à cadeira. Depois desse capilé mandou servir-lhe outro e outro, e quando já ia no sétimo Salandri virava para o seu carrasco uns olhos suplicantes, como a dizer "não posso mais".José Maria Saloio abeirou-se e segredou-lhe ao ouvido: "Para a próxima vez cuidado com a língua, senão duplico a dose. Por António Mendes Nunes - editor de Opinião - Publicado no jornal i em 29 de Dezembro de 2010

sábado, 1 de janeiro de 2011

Faleceu Nuno da Mata Vaz Serra

Penitenciando-me pelo atraso com que dou a notícia, que só ontem a Natércia me confirmou, lamento informar que Nuno da Mata Vaz Serra, filho do nosso saudoso Comendador Libânio Vaz Serra, faleceu aos 77 anos no pretérito dia 20 de Dezembro 2010, em Lisboa.
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Nuno Vaz Serra nasceu em Cernache do Bonjardim em 28 de Setembro de 1933.
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Nuno Vaz Serra foi a enterrar no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.
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Apresentamos as nossas sentidas condolências à família enlutada, entre a qual contamos com grandes amigas e amigos de uma vida inteira, e à qual devemos o privilégio da fundação do Instituto Vaz Serra que tão bem nos formou para a vida.
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Descansa em Paz Nuno.