terça-feira, 30 de junho de 2009

Fotos Jose Galvao

Sergio As melhoras.As fotos do Gavao já tas enviei ontem,em 3 mails espero que esteja tudo bem,que recuperes rapido e logo que vejas os mails diz-me se precisas nmais alguma informaçao Abraço Vitor

No estaleiro

Queridos Amigos, Ontem fui ao medico e ele recomedou-me que fosse fazer um tratamento imediatamente. Nao e nada de muito grave, e algo que devia ter sido tratado ha muito tempo. Estarei no estaleiro incomunicado ate ao fim desta semana. Estou sem computador, sem enderecos e-mail e a usar um computador emprestado so para mandar esta mensagem. Tenham paciencia. Depois darei explicacoes mais detalhadas. Grande abraco Sergio (192) P.S. Ainda nao sera desta que vao ao meu enterro. Vao ter de esperar mais algum tempo ahahahahah

domingo, 28 de junho de 2009

Blogue irmão Antigos Alunos - Externato Ramalho Ortigão, Caldas da Rainha

Do nosso blogue irmão "ex- alunos E.R.O" recebi via e-mail esta pérola assinada pelo nosso amigo JJ. O TINTIN deliciou-nos na juventude e contribuiu para a nossa formação, pelo que não posso deixar de reproduzir aqui no nosso blogue o trabalho do JJ. Nós temos entre os nossos participantes mais activos jornalistas profissionais e escritores inspirados(as) que bem podiam seguir o exemplo. O António Mendes Nunes, por exemplo, poderia dispensar uns minutos reproduzindo aqui os seus artigos no iOnline.pt, o João Facha alguns dos seus trabalhos na RTP. Fica o desafio...

TINTIN

TINTIN, por João Jales

As “histórias aos quadradinhos”, já aqui referidas no colorido texto do João Serra“Memória dos Livros”, constituíram para mim apenas uma etapa de passagem para a literatura e o gosto pela leitura. Os livros do Tintin terão sido a excepção, incentivada pela minha família ao comprar-me os álbuns de Hergé na sua língua original (ainda hoje os tenho), tentando assim estimular que eu lesse em francês. Fizeram o mesmo mais tarde com o Astérix, em relação à minha irmã. Dez anos depois o Inglês começaria a tornar-se a língua universal, a língua francesa perderia a sua importância, a capital cultural do mundo deixaria de ser Paris e estes esforços perderiam o seu sentido…

Tintin nasceu em 1929 (faz este ano oitenta anos, embora não pareça) celebrizando-se numa visita à URSS nesse ano, relatada em “Les Aventures de Tintin, reporter du “ Petit Vingtième", au pays des Soviets”. O grafismo tosco, com o desenho a preto e branco, é bem diferente do usado pelo autor nas aventuras posteriores que todos recordamos. A polémica sobre o tom panfletário e anti-soviético deste livro fez com que ficasse anos por reeditar e eu só o lesse depois de todos os outros.

. “Tintin au Congo” foi publicado em Portugal pelo “Papagaio” (revista dirigida por Adolfo Simões Muller), sob o título “Tintin em Angola” com o texto adaptado e os desenhos coloridos por artistas nacionais. Foi a primeira tradução de um livro de Hergé e também a primeira vez que o autor viu os seus desenhos a cores; gostou tanto que passaram a ser todos assim. Consta que ver Milou transformado numa cadela cor-de-rosa chamada Rom-Rom não lhe agradou tanto… Ambas as versões motivaram polémica, devido a acusações de racismo e colonialismo, com o autor a defender-se alegando ter retratado apenas uma realidade existente.

“Tintin en Amérique”, de 1932, só seria autorizado nos EUA em 1973, depois de algumas adaptações e cedências a uma política editorial racista que exigiu a substituição de alguns personagens negros por brancos.

Fomos com Tintin à Lua, muitos anos antes da aposta americana na concretização desse sonho, e ao fundo do mar em busca do tesouro de Rakham, o Vermelho (que, em Portugal, foi rebaptizado Rakham, o Terrível...). À América do Sul, onde conhecemos estéreis questiúnculas e cruéis ditadores, em retratos injustamente acusados de reaccionários, quando se limitavam a ser impiedosamente cínicos e realistas… Ao Médio Oriente, adivinhando já os problemas da dependência ocidental do petróleo, à Sildávia eBordúria, inventados por Hergé para mostrar os conflitos latentes na Europa Central e nos Balcãs, à Índia e à China, onde conhecemos o tráfico de drogas. Tentei situar geograficamente as vinte e quatro aventuras na lista que acompanha este post, espero que os “especialistas” a corrijam e aumentem.

Tintin nunca visitou Portugal, mas o vendedor ambulante português Oliveira da Figueira aparece em vários livros (não recordo exactamente quais), impingindo ao nosso herói montes de inutilidades, enquanto ele se gabava a Milou de não se deixar levar pela conversa do vendedor! . Lembro-me de me deixar seduzir pelo muito jovem “jornalista”, de idade indefinida, porque me dava a certeza que as aventuras me esperavam também a mim, amanhã, ao virar da esquina… Por outro lado era enorme o apelo e o fascínio por lugares exóticos, e a facilidade com que Tintin os calcorreava, numa altura da minha vida em que uma viagem anual a Trás-os-Montes ou ao Algarve era uma odisseia! Por ainda hoje me lembrar de tudo isto quis trazer aqui Tintin, Milou, Haddoc, Tournesol, Castafiore, Dupont e Dupond (que não são gémeos, como os nomes bem mostram) e tutti quanti nos álbuns de George Remi (R.G.) encheram de humor e aventuras a minha juventude.

Está aqui a lista dos álbuns originais de Tintin, por Hergé. A azul, sob o título,
os países (reais e imaginários) e zonas onde decorre a acção.
. Tintin Au Pays des Soviets (Tintim no País dos Sovietes) 1930 Bélgica,Alemanha,União Soviética Tintin au Congo (Tintim na África ou Tintim no Congo) 1931 Congo Belga Tintin en Amérique (Tintim na América) 1932 EUA (Chicago) Les cigares du pharaon (Os Charutos do Faraó) 1934 Egipto,Médio Oriente,Índia Le lotus bleu (O Lótus Azul) 1936 Índia,China L'oreille cassée (O Ídolo Roubado ou A Orelha Quebrada) 1937 Bélgica,San Theodoros,Nuevo Rico L'île noire (A Ilha Negra) 1938 Inglaterra, Escócia Le sceptre d'Ottokar (O Ceptro de Ottokar ou O Cetro de Ottokar) 1939 Bélgica,Sildávia Le crabe aux pinces d'or (O Caranguejo das Tenazes de Ouro ou O Caranguejo das Pinças de Ouro) 1941 Bélgica,Marrocos L'étoile mysterieuse (A Estrela Misteriosa) 1942 Bélgica,Islândia,Árctico Le secret de la Licorne (O Segredo do Licorne ou O Segredo do Unicórnio) 1943 Bélgica Le trésor de Rackham le Rouge (O Tesouro de Rackham o Terrível ou O Tesouro de Rackham o Vermelho) 1944 Bélgica,Oceano Atlântico,Caraíbas Les sept boules de cristal (As Sete Bolas de Cristal) 1948 Bélgica,França Le temple du Soleil (O Templo do Sol) 1949 Peru Tintin au pays de l'or noir (Tintim no País do Ouro Negro) 1950 Bélgica,Khemed Objectif Lune (Rumo à Lua ou Objectivo Lua) 1953 Lua,Sildávia On a marché sur la Lune (Explorando a Lua ou Pisando a Lua) 1954 Lua,Sildávia L'affaire Tournesol (O Caso Girassol) 1956 Bélgica,Suiça,Bordúria Coke en Stock (Perdidos no Mar ou Carvão no Porão) 1958 Bélgica,Médio Oriente,Mar Vermelho Tintin au Tibet (Tintim no Tibete) 1960 França,India,Nepal,Tibete Les Bijoux de la Castafiore (As Jóias de Castafiore) 1963 Castelo de Moulinsart (França) Vol 714 pour Sydney (Vôo 714 para Sydney) 1968 Indonésia Tintin et les Picaros (Tintim e os Tímpanos ou Tintim e os Pícaros) 1976 San Teodoro Tintin et l'Alph-Art (Tintim e a Alph-Art) 1986 (incompleto) Bélgica, Itália

Ponte do vale da Ursa

A ponte do Vale da Ursa com o " automóvel " do meu pai, que a geração dos mais novos ainda conheceu. Se este "carrito "falasse !!!!

Foto em "família IVS"

Foto do arquivo do Vitor Carrilho (1956?)
Quem os identifica? Tanta cara conhecida, mas a memória já não dá para lhes colar os nomes.

Os que penso reconhecer: da esquerda da foto, fila de trás, 4º Biscaia (mais conhecido através das duas manas, Lócas e Mimi), 6º Serrano, 10º Rui (Congo Belga); fila do meio 3º Roque e é tudo. Onde estás Vitor?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Batalhão de Alunos em marcha

Fotos do arquivo do Viotr Carrilho
Batalhão de Alunos em marcha, 1955 ou 56, comandado pelo Galvão. Atrás do Comandante Galvão pensa o Vitor ser o Lagoa.
O porta-bandeira parece ser o Rosinha e atrás do Rosinha parece ser o Marques Pedro.
Ao fundo, onde vai o grosso da coluna, o Café Académico do Cipriano.

Antigos alunos junto ao Pelourinho

Foto do arquivo do Vitor Carrilho
1957?
No meio o Barroso, ladeado por caras conhecidas cujos nomes estão no limbo da memória e se recusam a daí sair. Escondidos atrás da coluna estão mais dois colegas, eventualmente demasiado envergonhados para serem fotografados. Outra hipótese, provável, é a de terem sido ameaçados pelo encorpado Barroso ahahahah

Vitor Carrilho no seu melhor

Foto do arquivo do Vitor Carrilho
Um grande plano do Vitor Carrilho, impecavelmente fardado.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Foto do arquivo do Vitor Carrilho
Festa no novo ginásio do IVS, ano de 1956.
Entre outros, de acordo com o Vitor: da esquerda, o primeiro rapaz de copo na mão, cujo nome escapa, é de Aveiro e é oficial da Marinha Mercante, segue-se o Galvão, o Manso Pinheiro de Ourém, por baixo do cotovelo do colega que esta a beber é o Serrano, ao lado do copo é o Lagoa, atrás do colega a beber está o Vitor Carrilho e o José Braz, e os outros não estão identificados.
Alguém se rcorda da data da inauguração do ginásio?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Excursão ao Luso (1955?)

Versão correcta, resultante de contacto com o Vitor Carrilho e do comentário 20 de Junho de 2009 14:03 do António Mendes Nunes (14)

Fotos do arquivo do Vitor Carrilho
Vitor Carrilho mergulha dos 10 metros
Vitor Carrilho a passar o piso de 5 metros, enquanto na placa inferior da prancha eu (cinto branco) e o Fané observamos o mergulho. Já no piso da piscina vêem-se o Lagoa e o Francisco Viegas.
Por altura de 1955, numa excursão ao Luso. Como recordo bem essa excursão.

Os mergulhadores são o Vitor Carrilho (numa das fotos a mergulhar de costas) e o João Monsanto, que eram amigos inseparáveis no IVS. Eu também estou aí, mas já lá vamos.

O Vitor depois do 7ºano foi para a Escola Naval Marinha de Guerra, apos 4 anos desistiu e foi para a Marinha Mercante, fazendo o curso de Oficiais da Marinha Mercante, onde andou décadas a correr mundo. O João Monsanto, virtuoso pianista, foi para a Belas Artes e formou-se com nada menos de 20 valores, para fazer inveja ao grande amigo Marques Pedro, outro engenheiro.

Pormenor curioso, que revivi ao telefone com o Vitor: de Verão nós íamos para o Rio Zêzere e mergulhávamos da Ponte do Vale da Ursa, que segundo o António MN creio ser esta
Era um mergulho de uma altura de respeito, só que naquela idade não havia respeito por alturas... Creio que o local agora se chama Lago Azúl e é popular com os turistas.
Que saudades!

Anúncio excelente

Sem comentários...
Cortesia do Nuno Bonneville.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Gil Marçal, Fernando Guimarães (Fané) e Carlos Cachulo

Foto do Arquivo do Vitor Carrilho
Dr. Gil Marçal (centro) com o Fernando Guimarães (Fané) à sua esquerda e Carlos Cachulo, ambos alunos da Figueira da Foz.
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Lamento informar que o Fernando Guimarães (Fané) faleceu aos 45 anos, como resultado de um dos primeiros transplantes de coração feitos em Portugal. Numa triste coincidência, eu estava colocado na TAP na Cidade do Cabo, quando o Dr. Christiaan Barnard despontava para a fama com o primeiro transplante de coração da história. Conheci-o pessoalmente, bem como à sua linda filha, e tratei de uma ou duas das suas primeiras viagens ao exterior, quando voo na TAP.
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Querido Fané,
Lá onde encontraste a PAZ e descansas o sono eterno em companhias de tantos outros(as) colegas que já nos deixaram, depois de tanto sofrimento nesta terra, garanto-te que não estás esquecido pelos teus antigos colegas do IVS. Por favor, guarda-nos aí um cantinho que estamos todos a caminho...
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Sérgio, IVS 192, com o input e fotos do Vitor Carrilho, IVS 288.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Depositando uma coroa de flores no monumento comemorativo da Batalha do Buçaco

Foto por cortesia do Vitor Carrilho, IVS nº 288
Depositando uma coroa de flores no monumento comemorativo da Batalha do Buçaco(1955/56).
Não recordo o nome do garotinho, nem do aluno graduado Mais à direita da foto está Manuel Marçal (filho do Dr. Gil Marçal), prematuramente falecido.
Nota de rodapé: Obrigado António Mendes Nunos, por nos teres identificado que este é o Monumento comemorativo da Batalhado Buçaco.

Vitor Carrilho & Companhia

Quem reconhece este atleta?
É o Vitor Carrilho! (1955?)
O nosso Vitor, IVS nº 288, finalmente tirou as teias de aranha do baú de recordações do IVS e mandou-me uma série de fotos que irei publicando.
Atrás do Vitor, mais encostado ao muro, será o António Prior? Confirmou o Vitor: É o António Prior, o rapaz junto ao muro.
Bem-vindo, Vitor, e muito obrigado!
Grande abraço,
Sérgio, IVS nº 198

domingo, 14 de junho de 2009

Ainda estou vivo. Um Bom domingo

Caríssimos Amigos e Colegas Não se admirem desta minha ausência. Eu nunca fui muito certinho... Isto é uma espécie de telegrama só para Vos comunicar que ainda ando por cá. Não tenho publicado por motivos vários, no entanto, à pagina, todos os dias dou uma olhadela. Sérgio, Tu defacto és incansável.Tens sempre algo a dizer e a publicar. Continua assim, para vergonha nossa... O Zé Galvão telefonou-me a dizer que tinha publicado vinte e tal fotos da decada de 50, mas não as vi. Vou informa-lo que não apareceram. Um abraço AFabre

sábado, 13 de junho de 2009

Dividindo as dores do parto com o pai... Não é surpresa nenhuma... Vem acontecendo assim desde a Idade da Pedra ahahahahahah

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A fé de um genuino cowboy garoto!

Do Nuno Bonneville recevi este vídeo extraordinariamente comovente que quero partilhar convosco.
A fé de um genuino cowboy garoto!
O telefonema do garoto Logan, depois de perder uma bezerra durante o parto. Tem legendas em português do Brasil. Recomendo oiçam do princípio ao fim.

Ann Frank faria hoje 80 anos

Do blogue Antigos Alunos - Externato Ramalho Ortigão recebi a notificação desta efeméride que, pela importância e significado que tem e também por ter marcado as nossas vidas nos anos 50, decido publicar com a devida vénia ao blogue irmão:

O DIÁRIO DE ANNE FRANK (São Caixinha)

"ESTOU TÃO FELIZ POR TE TER TRAZIDO COMIGO!"
12 de Junho de 2009 Se Anne Frank fosse viva, completaria hoje 80 anos. Infelizmente faleceu aos 15 anos de idade, de tifo e subnutrição, no campo de Bergen-Belsen, nos finais da Segunda Guerra Mundial. Fazia parte de uma família judaico/alemã, que em 1933 se tinha refugiado na Holanda fugindo às perseguisões nazis. Não tiveram dificuldade em estabelecer-se em Amsterdão, onde o pai constituiu com sucesso algumas empresas, enquanto Anne e a sua irmã Margo frequentavam uma escola de ensino holandesa. A família Frank sentiu-se segura na Holanda, até esta ser invadida pelas tropas Alemãs a 10 de Maio de 1940. Também aqui foi então imposto o “Entjuding” de Hitler, significando que os Judeus deviam usar uma estrela, não podiam possuír empresas, e os seus filhos podiam apenas frequentar escolas Judaicas. Como prenda dos 13 anos Anne recebeu um diário onde, com enorme entusiasmo, imediatamente começou a escrever. 12 de junho de 1942 “Eu espero que a ti tudo te possa confiar, como nunca a ninguém pude fazer, e espero que tu para mim possas vir a ser um grande apoio” Poucos dias depois decidiu dirigir as folhas do seu diário a uma amiga imaginária a quem deu o nome de Kitty. Dentro em breve Otto Frank (o pai de Anne), sentiria a urgência de encontrar um esconderijo para a família e, em segredo, com a ajuda de alguns amigos (V.Kugler, J.Kleiman, Bep e Miep Gies, que mais tarde, arriscando a vida, lhes forneceriam alimentos, notícias e livros) organizou a mudança para um anexo desabitado, situado nas traseiras do edifício onde ainda funcionava a empresa que lhe tinha pertencido. Outro casal, os van Pels com o seu filho Peter (por quem Anne se viria a apaixonar) e Fritz Pfeffer, vieram pouco depois juntar-se-lhes, partilhando assim durante 2 anos a pequena habitação. As cartas que Anne escreve no diário referem-se exclusivamente a este período. O seu extraordinário espírito de observação permite-lhe analisar o comportamento dos companheiros do anexo, e com a mesma precisão, o seu próprio. “Querida Kitty: Quando agora me ponho a pensar na minha vida de 1942, tudo me parece tão irreal. Essa vida era vivida por uma outra Anne, diferente desta que é agora, mais ajuizada (...) Talvez queiras perguntar-me como conseguia eu que todos gostassem de mim. O Peter diz que era “carisma” mas isso não é bem assim. Os professores achavam as minhas respostas astutas, as minhas observações humorísticas , a minha cara sorridente e o meu olhar crítico, divertido e engraçado. Não era mais que isso; uma terrível brincalhona, alegre e divertida. Mas tinha também algumas boas qualidades que me davam a garantia de não cair em desgraça: era trabalhadora, honesta e sincera. ” Denotando uma maturidade precose e possuidora de um invulgar espírito de observação, Anne escreve frequentemente sobre os sacrifícios da vida do dia a dia, o isolamento, a esperança e o medo. Querida Kitty: (...) Hoje à tardinha, quando a Elli estava aqui, tocaram a campaínha permanentemente e com força. Fiquei logo pálida, tive dores de barriga, palpitações e muito medo. De noite deitada na cama tenho visões terriveis. Vejo-me na prisão, sózinha, sem o meu pai e a minha mãe. Por vezes ando a vaguear por qualquer parte, não sei onde, ou vejo o anexo a arder, ou eles vêm, de noite, para nos buscar. Sinto tudo isto como se fosse realidade e a ideia de que me vai acontecer alguma catástrofe não me larga. Na primavera de 1944 Anne ouviu o Ministro da Educação, Bolkenstein, na Rádio Orange, falando do exílio. Ele dizia que, depois da Guerra, todos os testemunhos do sofrimento do povo Holandês durante a ocupação Alemã, deveriam ser coleccionados e tornados públicos. Considerando esta hipótese, Anne decidiu que depois da Guerra publicaria um livro. O seu diário servir-lhe-ia de base. Foi este livro que li quando tinha aproximadamente 15 anos, e que me impressionou até aos dias de hoje. A atracção foi instantânea. Era uma estória real, retratando insólitas circunstâncias de uma guerra que me era alheia, mas onde se tratavam também abertamente questões de adolescência, glórias e fraquezas, com as quais eu me identificava. Folhas de um diário que, como um espelho, me permitiam ver-me a mim própria! Pareceu-me até, de início que, também eu habitava uma espécie de anexo, onde igualmente me faltava a liberdade. Em 1976 ao chegar á Holanda, e receando que a minha estadia pudesse ser apenas temporária, quis de imediato visitar o anexo. Foi uma insólita experiência. Reconheci os postais ilustrados que Anne colara nas paredes do seu quarto, ingénuo testemunho da sua presença, e surpreendi-me com o tamanho das divisões, que supunha maiores. Mas o mais notável era o cerrado silêncio que invadia tudo. Foi a casa mais vazia onde alguma vez estive. Encontrava-me entre as paredes que a protegeram e de onde, impiedosamente, foi arrancada e transportada para Westerbork, para Auschwitz, para Bergen-Belsen. Ali escreveu a última folha do diário, mas a sua estória continuou por tortuosas paragens. Uma inquietante tristeza apoderou-se de mim. O que é que se teria passado verdadeiramente nos campos de concentração? A lealdade que lhe devia, obrigou-me a que a acompanhasse nessa última viagem. Li sobre Auschwitz...sobre o horror daqueles dias, entorpecida de assombro. Que tremenda catástrofe para a humanidade! Em retrospectiva, este período marcou o final da minha adolescência. Os meus sonhos de menina tornaram-se súbitamente insignificantes, perante as dimensões das questões que então se me punham. Era preciso reorganizar valores e criar novas directivas. E assim foi. Nunca se chegou a apurar quem denunciou os habitantes do anexo. Anne Frank e os restantes habitantes, foram deportados para Auschwitz-Birkenau no último transporte que saíu de Westerbork a 3 de Setembro de 1944. Anne viveu ainda cerca de 7 meses em campos de concentração. Faleceu duas semanas antes de Bergen-Belsen ter sido libertado pelas tropas Inglesas. Otto Frank foi o único sobrevivente dos habitantes do anexo. Faleceu a 19 de Agosto de 1980. Miep Gies foi quem tomou a iniciativa de salvaguardar o diário. Quis o acaso que tivesse o privilégio de a conhecer, ao ser distinguida com a Ordem de Mérito Alemã em 1994. Completou este ano a 15 de Fevereiro, 100 anos de idade. "Never a day goes by that I do not think of what happened then." (Fragmento do seu site) O Diário de Anne Frank tornou-se um dos símbolos do Holocausto. Fire and Ice Some say the world will end in fire, Some say in ice. From what I tasted of desire I hold with those who favour fire. But if it had to perish twice, I think I know enough of hate To say that for destruction ice Is also great And would suffice. Robert Lee Frost 1874-1963
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C O M E N T Á R I O S
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Isabel Esse disse... O Holocausto e a crueldade que o envolveu estão para além da nossa capacidade de compreensão.Se pensarmos que se passou há relativamente pouco tempo e que envolveu crianças e meninas como Anne Frank torna-se ainda mais assustador e inexplicável.
Bem escolhido este dia para este post e bem feita a ligação que a autora faz entre o livro e as suas consequências nela,um bom momento desta série.Isabel
.
farofia disse... Junto-me à São Caixinha para celebrar o Happy Birthday de Anne Frank, inspiradora de gerações de jovens leitoras do seu «Diário».
Obrigada, São, pela oportunidade que me dá de lembrar um dos livros da minha vida. Também ‘fui Anne Frank’ :) quando sonhei dizer como ela:
«Sinto-me cada vez mais independente dos meus pais. Embora seja muito nova ainda, sei, no entanto, que tenho mais coragem de viver e um sentido de justiça mais apurado, mais seguro do que a minha mãe. Sei o que quero, tenho uma finalidade, uma opinião, tenho fé e amor. Deixem-me ser eu mesma e estarei satisfeita. Tenho consciência de ser mulher, uma mulher com força interior e com muita coragem.
Se Deus me deixar viver, hei-de ir mais longe de que a mãe. Não quero ficar insignificante. Quero conquistar o meu lugar no Mundo e trabalhar para a Humanidade.O que sei é que a coragem e a alegria são os factores mais importantes na vida!»
(copio o texto em português de

Nota de rodapé: Esta era uma história terrível, ainda muito fresca quando cheguei ao IVS em 1952. Pergunto-me como é possível que o ódio aos Judeus leve gente a negar a existência do Holocausto? Junto-me ao Blogue Antigos Alunos - Externato Ramalho Ortigão nesta homenagem a Ann Frank, de facto um grandesímbolo da barbárie de Hitler e digo uma presse para que nunca mais aconteça. Por isso apoio inequivocamente os meus avós que souberam dar uma pátria - ISRAEL - aos Judeus europeus sobreviventes da Segunda Grande Guerra. Nunca é demais relembrar a exposição feita por por AndreiGomyko, representado a URSS (antes desta virar o bico ao prego), à Assembleia-Geral das Nações Unidas em 14 de Maio de 1947 que viraram a votação a favor de Israel:
Excerto

Ao discutir a questão da missão da comissão nomeada para preparar as propostas sobre a Palestina, somos obrigados a pesar outro aspecto importante desta questão. Como sabemos, as aspirações de uma parte considerável do povo Judaico estão ligadas ao problema da Palestina e à sua futura administração. Este facto não precisa ser provado. Não pode surpreender-nos, portanto, que grande atenção tenha sido prestada a este aspecto da questão, tanto na Assembleia-Geral, como nas reuniões da Primeira Comissão. O interesse despertado por este aspecto é compreensível e completamente justificado.

Durante a última Guerra, o Povo Judaico passou por uma dor sem par e excepcional sofrimento. Se nenhum exagero, não se encontram palavras para descrever esta dor e sofrimento. É difícil expressá-los por meio de estatísticas a seco perante a agressão fascista sobre as vítimas Judaicas. Os Judeus nos territórios onde as hostes hitlerianas impuseram o seu reino foram sujeitas a uma quase completa alienação física. O número total dos membros da população Judaica que pereceu às mãos dos seus carrascos nazis é estimado em aproximadamente seis milhões. Apenas um milhão e meio de Judeus sobreviveu à guerra na Europa Ocidental.

Mas estas estatísticas, pese embora darem uma ideia do número de vítimas entre a população Judaica, não dão nenhuma ideia das dificuldades em que grande número de Judeus se encontraram depois da Guerra.
Um infindável número de sobreviventes Judeus na Europa foi despojado dos seus países, casas e meios de subsistência. Centenas de milhar de Judeus deambulam por vários países da Europa em busca de meios de subsistência e de abrigo. Grande número de Judeus estão acampamentos para desalojados e ainda passam enormes privações. A nossa atenção para essas privações foi-nos alertada pela Agência Judaica, que ouvimos durante a reunião da Primeira Comissão.

É muito pertinente perguntar se as Nações Unidas, face à situação difícil em que se encontram centenas de milhar de sobreviventes da população Judaica, pode deixar de mostrar interesse por essa terrível situação dessa gente, arrancada dos seus países e despojada das suas casas. As Nações Unidas não podem e não devem olhar esta situação com indiferença, dado que essa atitude é incompatível com os altos princípios proclamados na sua Carta, os quais garantem a defesa dos direitos humanos, sem olhar à da raça, religião ou sexo. É altura de ajudar-se esta gente, não por palavras, mas por obras. É essencial que se mostre preocupação pelas necessidades urgentes de um povo que foi submetido a grande sofrimento como resultado da Guerra iniciada pela Alemanha hitleriana. Esta é uma obrigação das Nações Unidas.
Estas são as considerações que a Delegação Soviética pensou ser necessário expressar nesta fase inicial em que se está a considerar o problema da Palestina.

Fonte: retirado do arquivo online da ONU - http://domino.un.org/UNISPAL.NSF/0/d41260f1132ad6be052566190059e5f0?OpenDocument

Nunca é demais relembrar que a Resolução da ONU No. 181 de 28 de Novembro de 1947 (fonte http://www.libanoshow.com/home/oriente_medio/onu.htm#181) criava 2 estados, um Árabe, outro Judaico, e a Cidade Internacional de Jesusalém, sendo portanto falso o que hoje se diz que a ONU só previu o Estado Judaico. É bom relembrar também que a Resolução da ONU não deslocava ninguém do lugar onde já estava radicado, atribuindo a mesma nacionalidade a todos os que viviam no que iria ser o Estado Árabe (em 1947: 725.000 árabes e 10.000 judeus), no que iria ser o Estado Judaico (em 1947: 698.00 judeus e 408.000 árabes) e no que iria ser a Cidade Internacional (em 1947: 105.000 árabes e 100.000 judeus), todos com direitos iguais e as minorias respeitadas. Os judeus aceitaram a proposta da ONU e os árabes não aceitaram, partindo para a guerra de 1948/49.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Para Quem É o Blogue?

Para quem é o nosso blogue?

Tendo surgido dúvidas sobre o objectivo do Blogue Instituto Vaz Serra - Antigos Alunos, chamo a atenção para o texto que aparece à direita, imediatamente abaixo do cabeçalho e que aqui transcrevo:

bem-vindos ao blogue

do instituto vaz serra – antigos alunos

Recebemos de braços abertos Antigos Alunos e Professores, de todas as gerações. Venham partilhar connosco as vossas recordações, as vossas fotos ou vídeos, a vossa vida pós-IVS. A participação requer inscrição que podem obter enviando um e-mail para ex.alunos.ivs@gmail.com

A todos um caloroso abraço.

Nunca é demais esclarecer que o blogue é para TODAS AS GERAÇÕES de antigos alunos e professores, incluindo os antigos alunos e professores do actual Instituto Vaz Serra que quiserem dar-nos a honra de juntar-se aos antigos alunos e professores do velho Instituto Vaz Serra. Nem doutra maneira poderia ser, um

a vez que as gerações mais antigas, como a do Parentes Esteves, Lami Baptista, Fabre dos Reis, Carrasco Marques e a minha já viram partir muitos dos seus antigos companheiros, além de eles próprios terem entrado no crepúsculo da vida.

A sobrevivência deste blogue depende, portanto, das gerações mais novas e a elas pertence o blogue e a responsabilidade de mantê-lo vivo.

Uma boa parte do registo fotográfico no arquivo do blogue

já é posterior a 1960. Alguns exemplos:

Anúncio e Imposição da Faixada à Vencedora do Miss IVS 1960

As duas fotos seguintes são de 1960

O "puto" Quim há 50 anos

Foto cedida pelo Rangel de Lima
Quim Morais e o seu protector Rangel de Lima, talvez por volta de 1957.
Era o tempo em que os mais velhos adoptavam e protegiam do resto da um dos mais novos, sempre sujeitos às "brincadeiras" dos mais fortes, por vezes não tão amenas. Recordo o Carrasco Marques como meu protector, quando eu era dos mais novos, aí pelos meus 11, 12 anos, era ele já um homem.

domingo, 7 de junho de 2009

Continuação Pintor Neves e Sousa

A última fotografia com o grande amigo e pintor Albano Neves e Sousa no seu estúdio em Salvador da Bahia
Da esquerda: Albano Neves e Sousa, minha mulher Fátima Bibi, mulher do Albano Luisa Neves e Sousa (minha amiga desde a infância em Luanda), eu e o quadro que tinha acabado de pintar e comprei para a minha colecção.
Mais obras do Albano da minha colecção
Nevoeiro Moçâmedes
Embondeiros  (árvore centenária, típica de Angola)

Pintor Neves e Sousa

Auto-caricatura com dedicatória
Mais quadros do Neves e Sousa da minha colecção
      
     Mulher do Huambo                                     Queimada durante o dia
Paisagem Moçamedes
 
                                          Moça Huíla              Mulher de Cabinda
Princesa Mukubal
Figura etnográfica angolana
Figura Etnográfica Angolana

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Grande Pintor Albano Neves e Sousa

Eu na ocasião em que me ofereceram um cachorro "salsicha" em Salvador da Bahia, visto pelo grande pintor angolano e meu grande amigo, já falecido, Albano Neves e Sousa. À direita a auto-caricatura do saudoso Albano, com que ele assinava as caricaturas.
Outra caricatura do Albano sobre um prato a brincar comigo, por ocasião da minha saída dp Brasil.  O Albano era um caricaturista que nunca parava.  Depois de um jantar fazia caricaturas num prato ou num guardanapo.
Dedicatória no livro (em cima) que marcou a inauguração da Galeria Neves e Sousa na Livraria-Galeria Verney, em Oeiras, em 11-12-2008.
Da minha colecção mais caricaturas humorísticas do Albano
 
Também da minha colecção, alguns dos quadros de Neves e Sousa, todos temas angolanos ou doutras ex-colónias
Pastores Macubais à fogueira
                                                                 Garota caboverdiana
Floresta do Maiombe, Cabinda
 
Viúva de Luanda
 
Viúva de Luanda - Pormenor com lágrimas nos olhos
                                                                  
                                                                       
Rapariga Angolana
                                               A famosa "Queimada" de Neves e Sousa