De vez em quando as coisas andam mais depressa do que esperamos e espantam-nos. Dois acontecimentos agitaram a minha pacata vida nas últimas 48 hora. Explico:
1. Na segunda-feira abri a caixa do correio e dei-me com um envelope com selo dos EUA. Dentro do envelope vinham duas fotos, uma com 58 anos
A outra com 52 anos
Vinham com esta anotação:
"Junto como prometi seguem as fotos , que pensam devem estar contigo para o teu álbum de recordações, que um dia serão das tuas herdeiras. Um grande abraço tua amiga de sempre" Lucília.
Mais que uma amiga, a Lucília foi uma verdadeira irmã – a irmã que nunca tive – durante a minha passagem de 7 anos por Cernache e pelo IVS. A primeira foto tirei-a do meu primeiro passaporte para dar à Lucília há 58 anos; a segunda dei-lhe pouco antes de partir definitivamente de Cernache. Obrigado, Lucília.
2. Ainda na segunda-feira recebi um telefonema da Maria Madalena Vaz Serra, a convidar-me para ir tomar um café ao apartamento dela na Praça de Londres. Distraído como sou, apareci-lhe 24 horas antes da data combinada, isto é, hoje terça-feira, em vez de quarta. Foi um encontro muito emocional, na medida em que a última vez que vi a Madalena ela tinha 5 ou 6 anos de idade. Fazem alguma ideia do que é tocar a uma campainha com a imagem de uma criança de 6 anos na cabeça e a porta ser-nos aberta por essa criança transformada numa mulher madura? Depois olho para o fundo da sala e vejo a mãe da Madalena, que reconheci imediatamente e continua linda. Vieram-me à memória tantas recordações agradáveis, porque feliz foi a minha passagem por Cernache. Passámos uma hora e meia a recordar e a ver fotografias de outros tempos que hei-de colar no blog.
Mas não foi tudo. A Madalena telefonou ao seu tio Dr. José Vaz Serra, que não mora muito longe e ele quis ver-me. E lá fui reencontrar mais uma das pessoas que marcou a minha vida. Foi a a Srª D. Eduarda quem me abriu a porta, também a reconheci imediatamente e fiquei fascinado pelo lindo cabelo todo branco, realmente a mudança mais notável, porque está muito bem para a sua idade. O Dr. José Vaz Serra, mais magro, e um pouco mais “descapotável”, está numa forma invejável para a sua idade.
Não tenho de vos dizer que foi uma tarde memorável, que me encheu a alma, que me trouxe mil recordações doutros tempos, tempos mais relaxados, diametralmente opostos aos anos da “rat race” que se seguiram, aqueles anos em criei e eduquei 3 filhas e um filho, em que lutei profissionalmente por um lugar ao sol que me levou a trabalhar e viver em 4 Continentes, incluída a Ponte Aérea que evacuou meio milhão de portugueses de Angola em ambiente de guerra urbana.
1 comentário:
Pois é Amigo. O tempo passa e nem damos muito bem pela sua passagem, de tal forma andamos ocupados pelos nossos afazeres.
Depois damos por nós já velhos. Olhando para trás verificamos que tudo o que passámos valeu a pena. Tudo valeu a pena: chatices, trabalho, doenças,canseiras, etc.
Agora só nos resta recordar e ainda bem que recordamos.
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