A Guenizah do Cairo da Sinagoga Ben-Ezra em Fustat (antiga Cairo), no Egipto, foi um marco de singularidade pelo estado de preservação dos seus documentos. Durante dez séculos - Sec. IX / Sec. XIX - manteve todo o tipo de textos da comunidade judaica local: textos sagrados, responsa rabínica, documentos de casamentos e divórcio, correspondência pessoal, etc..
Em virtude da centralidade geo-política do Cairo durante a Idade Média, aguenizahcontinha material de locais de largamente diferentes e distantes. Uma vez que o material desta guenizah era tão variado e nunca havia sido transportado para ser devidamente enterrado, acabou por servir de maior testemunho da vida dos judeus (e não só) do Norte de Africa e Leste Mediterrânico para além dos séculos XI-XII.
A descoberta e sua importância começou de uma forma particularmente emotiva. Em 1896, foi mostrado a Solomon Schechter, professor da Universidade de Cambridge, (que posteriormente se tornou no presidente do Jewish Theological Seminary em Nova Iorque) um fragmento de texto pelas suas irmãs que haviam comprado a um negociante de antiguidades no Egipto. Schechter reconheceu de imediato que elas lhe tinham passado para a mão uma folha do texto original em hebraico do há muito perdido “Conhecimento de Ben Sira”. Esta importante descoberta estimulou-o a viajar para o Egipto de forma a examinar e adquirir o conteúdo da Guenizah do Cairo para a biblioteca da Universidade de Cambridge. Voltou a Inglaterra com 140.000 fragmentos que iriam revolucionar os nossos conhecimentos da cultura judaica medieval no mundo mediterrânico.
Em baixo poderão ver imagens da colecção de 40.000 fragmentos da bliblioteca doJEWISH THEOLOGICAL SEMINARY. A maior parte dos textos está escrito em Judeo-Arábico e em Hebraico, e contém documentos pessoais bem como fragmentos de textos sagrados. Os fragmentos que irão ver são registos de textos rabínicos.
Para ver em pormenor basta clicar nas fotos
NOTA: Guenizah é um compartimento que serve de agregador temporário e transitório de textos sagrados que se encontram deteriorados, antes de serem enterrados no cemitério.
1 comentário:
Finalmente, Sérgio, começas a dar sinal da tua cultura, de novo.
Um bom texto e cultura a que nos habituámos no inicio do blog.
Natércia
Enviar um comentário