quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tabernas e bordéis

Durante mais de um século, a zona onde está a Praça de Camões, a dois passos do Chiado, foi um sítio tosco, feio e muito mal frequentado.As ruínas de um antigo palácio dos marqueses de Marialva, deitado abaixo pelo terramoto de 1755, serviam de habitação a gente muito pobre. Casebres do Loreto, chamavam-lhe. As ruínas insalubres abrigavam tabernas manhosas que desembocavam em tristíssimos bordéis, mas isso não impediu que nas redondezas se tivessem levantado algumas residências luxuosas.Não se sabe por que razão aquele sítio nobre da cidade esteve tanto tempo ao deus- -dará. Em 1842 o local chegou mesmo a ser sugerido para a edificação do Teatro Nacional, que dois anos mais tarde haveria de nascer no Rossio. Como as variadas intimações ao proprietário, então a casa do duque de Lafões, não resultassem, em 1855 a câmara avançou com a expropriação por utilidade pública. O largo, que surgiu em 1859, teve uma idealização feliz, fazendo bem a transição entre dois planos bastante desnivelados. Anos mais tarde, em 1867, quando ali foi colocada a estátua de Luís de Camões (da autoria de Victor Bastos), a praça ganhou também o nome do ilustre poeta português.Como curiosidade refira-se que por pouco a estátua de Camões não foi parar à Praça do Duque da Terceira (Cais Sodré) e a do duque da Terceira à Praça de Armas do Castelo de S. Jorge. Ao fim de muitas reuniões camarárias lá surgiu o consenso final para as localizações que hoje lhes conhecemos. Editor de opiniãoEscreve à quarta-feira

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