sábado, 29 de agosto de 2009

A MARAVILHOSA VIAGEM DO JOSÉ CARLOS FARIA

Copiado com a devida vénia do blogue irmão, Externato Ramalho Ortigão:

por Z C Faria
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Pela leitura arruinei a vista!
. Bem me avisavam que o nariz sempre a menos de um palmo das páginas sofregamente folheadas só podia dar mau resultado, mas eu persistia no vício daquela leitura, naquela postura, e daí ter ficado precocemente míope, a seguir estigmático, pitosga de 4 olhos desde logo - caixa d'óculos, em suma... . É que eu lia, lia muito, lia tudo, era mesmo leitor compulsivo, do melhor ao pior, desde a «Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson» de Selma Lagerlöf até à pieguice insuportável do «Coração» de Edmundo de Amicis (nunca percebi como é que um conjunto de histórias deprimentes, a puxar à lágrima, inculcando falsos valores de «heroísmo», sacrifício e resignação na miséria, pode alguma vez ter passado por obra recomendável para um público infantil, mas enfim...). Um dia por semana, à saída da Escola e com o modesto lastro dos conhecimentos recentes, oriundos da decifração garrafal das primeiras letras, em manuais descaradamente propagandísticos das «virtudes» do regime (Lusitos! Lusitas! Viva Salazar! Viva Portugal!), corria-se para aquela carrinha Citröen de chapa ondulada cinzenta, estacionada no largo do chafariz das mulas, que transportava uma das muitas Bibliotecas Itinerantes da Fundação Gulbenkian (porventura o melhor, mais vasto e mais bem sucedido projecto de animação cultural jamais desenvolvido num país ainda hoje com uma taxa excessiva de analfabetismo integral, para já não falar do regressivo ou funcional). E assim fui sucessivamente ansiando por ser grumete na «Ilha do Tesouro», pioneiro e caçador por rios e montanhas com Daniel Boone, membro da expedição ao centro da terra, escudeiro medieval junto de «Ivanhoe», protagonista ficcionado (e fictício) em fabulosas aventuras...
. Porém, se as escolhas dos livros são, com frequência geracionais, nomeio «O Velho e o Mar» de Hemingway (cuja edição portuguesa continha um prefácio de Jorge de Sena, de que só mais tarde me aperceberia da sua importância) e a forte impressão que nos meus (para aí) 14 anos produziu a luta do velho Santiago pela sua dignidade e por recuperar o respeito da comunidade piscatória, a batalha desenfreada e astuciosa de dois dias e duas noites com um delfim de 6 metros de cabo a rabo, finalmente capturado, troféu a desvanecer-se aos poucos, engolido, até à revelação da espinha nua, pelas mordeduras vorazes dos tubarões e aincompreensão total dos turistas... . «Pode-se destruir um homem, mas não se pode vencê-lo»!
. Os livros foram pois os primeiros a vir até mim, depois a música e por último, os filmes. Claro que me acompanha a recordação boa das gargalhadas puras da criança que eu era, suscitadas palas curtas-metragens de Chaplin, nas extraordinárias séries da Keystone, Mutual e da Essanay; No entanto, é-nos pedido aqui a indicação de um momento marcante e, neste particular, comigo ele aconteceu no Cine-Teatro Pinheiro Chagas (como é possível terem-no demolido? Como?), durante a projecção de «Os cavalos também se abatem» de Sidney Pollack, com uma notável interpretação de Jane Fonda.
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Talvez não por acaso, apesar das oito nomeações em 1969, só viria a ganhar o Óscar para o chamado «Melhor Actor Secundário» (péssima tradução de Best Supporting Actor. É que não há actores secundários! Há-os apenas, melhores ou piores, todavia únicos e essenciais, em papéis maiores ou mais pequenos...). Adaptação do romance de Horace McCoy «They shoot horses, don't they?», a acção do filme desenrola-se no micro-cosmos fechado de um salão de uma Maratona de Dança, parábola da sociedade Americana da Grande Depressão, onde a cupidez de negócio do «show-biz» engendra a exploração aviltante e, em pleno desespero, a morte acaba por ser um acto de amor, escapatória (im)possível para uma liberdade humilhantemente negada. Naquela ocasião, nem os deliciosos rebuçados de fruta, comprados ao intervalo, embrulhados em lustroso papel de seda multicolor, a atafulhar bolsos, conseguíram atenuar a comoção angustiada, misto de um estranho amargo na boca e rude soco no estômago com que todos saímos do camarote (bilhetes de lote para um grupo acabavam por se tornar um pouco mais baratos). . Quanto à música, chegou pela rádio. . O irmão da minha professora da 1a classe era militar em Goa e a inquietação pelo seu destino após a entrada do exército da União Indiana, levava-a a uma audição intensiva (embora em volume sonoro reduzido) das notícias na fanhosa Emissora oficial, pontuadas pela difusão obsessiva, quase maníaca, do «Fado das Trincheiras», o qual, pela voz de Fernando Farinha, rejurava que se «morrer na batalha/ quero ter por mortalha/ a bandeira nacional». Tal patriotismo exacerbado deixava-me confuso, já que a imagem parecia um pouco chocante e de gosto duvidoso... Adiante...
. As referências evoluiriam depois. A esplanada do Parque dispunha de uma magnífica «juke-box» Wurlitzer (marca que na época, tal como a Fender-Rhodes, tinha acabado de criar um mini-piano eléctrico de 3 oitavas, de imediato utilizado por Ray Charles). A selecção então existente dos sucessos do momento (e até de um pouco antes), seria hoje um rol de clássicos absolutos: para além de diversos temas dos Beatles, Rolling Stones, Kinks, (e também Sheiks, de produção lusa), havia à escolha, entre outros, Mamas & Papas com «Monday, Monday» e «California Dreamin'», Four Tops e «Reach Out, I'll Be There», «San Francisco» de Scott McKenzie (um hino do Flower Power), «When a Man Loves a Woman» por Percy Sledge e os um pouco mais antigos «Barbara Ann» dos Beach Boys, «Tutti Frutti» do Little Richard, «Love Me Tender» de Elvis Presley e por aí fora... um regalo, era o que era! Por uma simples moeda, o fascínio acontecia: marcado o código da canção pretendida, um braço mecânico, numa diligência exacta, retirava o disco da pilha, depositando-o no prato a girar, a agulha descia, precisa, nas espiras e, de súbito, (é um exemplo), enquanto a malta se refrescava com um gelado cassata e um pirolito Ginger Ale da Canada Dry ou da Schweppes, uma cadência de acordes arpejados soava e a voz de Eric Burdon, acompanhado pelos Animals, surgia nas colunas espalhadas pelas áleas: «There is a house in New Orleans, they call the Rising Sun...» .
Feito o exame do 2º ano, recebi como prenda de aniversário um gira-discos Dual, mono, cuja tampa incorporava o altifalante. Já havia estereofonia mas aquele objecto era, de facto, um «mono» obsoleto, sobrante numa qualquer obscura prateleira empoeirada, cacaréu ainda com registo para as 78 voltinhas por minuto das grafonolas, imagine-se; sem dúvida melhor negócio para quem manhosamente o vendeu (vendo-se livre do traste) do que para a ingenuidade bem intencionada de quem o comprara e a quem eu, de todo o coração, só podia estar grato. Como as dimensões estavam formatadas para «singles» e EP's, o meu primeiro Long-Playing de 33 rotações (e um terço) demoraria - «Abbey Road» dos Beatles (fiquem sabendo que também já lá estive, na famosa passadeira da capa, o que é que vocelências julgam?). No duche matinal («She came in through the bathroom window»), ouvia o transistor a pilhas que o meu Pai entretanto ligava, sintonizado já nem sei em que estação, e que, com regularidade, debitava «Come Together», a primeira faixa do lado A. Aquela cadência de viola eléctrica com um ligeiro efeito de distorção durante o refrão, cá para mim era o máximo («Because»... Porque sim, pronto), e fez-me querer (muito!) ter o disco. Todo. («I want you», mas era «so heavy»...) Houve que poupar cada tostãozinho («You never give me your money»), sofrer com paciência («Carry that weight») até que, com um empurrão solidário da Avó («Oh Darling»!), a coisa (em forma de «Something») lá se deu. O LP era como uma luz viva («Here comes the sun») e a felicidade preenchia-me em suave embalo («Golden Slumbers»). «The End». Mas isto não ficou por aqui. A seguir viria a descoberta aprofundada do Zeca, do Brel e, para lá da «Banda» a passar, do Chico Buarque de «Construção», a paixão pelo Jazz e pelos Blues, o gosto certo pela Música Antiga e a certeza que se a Música um dia se acabar poderemos contar com um tempo bem mais escuro e para durar.
. Ainda não sabia que livros, discos, filmes e quadros viriam a ser ferramentas do meu trabalho futuro, mas, passo a passo, ia intuindo e aprendendo que as Artes são algo de imprescindível, que nos torna melhores e melhor nos permite compreender a surpreendente dialéctica estabelecida entre a harmonia e as contradições do Mundo, da Vida, das coisas e das gentes (nós próprios, os Próximos e os Outros)...
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José Carlos Faria

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O CAVALEIRO E A MOURA ENCANTADA

por António Mendes Nunes .
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O imaginário popular é fértil em histórias de amor entre cavaleiros cristãos e princesas mouras.
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A nossa história também relata um desses amores, vivido entre um nobre português e uma escrava moura, mas é bem real e deu origem ao Convento do Rato, que já foi de freiras e hoje é uma esquadra da PSP e uma dependência da Casa Pia.
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No final da primeira metade do século XVI, Luís Gomes de Elvas, fidalgo da casa real, apaixonou-se por uma bela escrava moura, propriedade do seu amigo Gonçalo de Pina. Em 1550 dessa ligação nasceu um rapaz, Manuel Gomes de Elvas. Apesar de filho ilegítimo e fruto de uma escrava, mereceu toda a atenção do pai, que lhe deu esmerada e profunda educação, o que lhe permitiu ocupar cargos importantes e amealhar uma fortuna colossal. Nunca se casou, viveu sempre na companhia da mãe, a antiga escrava, já mulher livre muito apaparicada e com bom estilo de vida,no solar brasonado da sua quinta da Matta, em Loures.
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Em 1614, aos 64 anos, Manuel Gomes de Elvas redigiu testamento em que além de distribuir bens por todos os familiares próximos (sobrinhos) e afastados (primos), deixou uma importante verba para a construção de um convento de feiras Trinitárias. O fidalgo filho da escrava moura morreu em 1621 sem que as obras se tivessem iniciado. Só em 1633 um seu sobrinho e testamenteiro, Luís Gomes de Sá e Menezes, lançou a primeira pedra. Tinha por alcunha o Rato e foi assim que a partir dessa altura, quer o convento, quer todo o local por Rato ficou conhecido.
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Publicado no jornal i em 26 de Agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Do blogue irmão - ERO

Do blogue irmão - ERO - com a devida vénia e um grande abraço

O CONDE DE ABRANHOS

por Manuela Gama Vieira
Eça de Queirós foi um dos autores que li na minha juventude.Que Eça é intemporal, é indiscutível. Relê-lo, ainda hoje, me dá imenso gosto.
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Poderia recordar aqui qualquer outra obra mas, se a memória não me falha, “O Conde de Abranhos” foi um dos seus primeiros livros que li e revelou-se-me uma aventura, “abrindo-me os olhos” para o mundo da hipocrisia que grassa em certos meios, designadamente o da política.Com efeito, o Conde de Abranhos afigura-se como o arquétipo daquele outro nobre titulado que, em “Os Maias”, continuaria a sátira acutilante de Eça sobre os políticos seus contemporâneos - o Conde de Gouvarinho.
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Nascido numa família humilde, que à primeira oportunidade renega por já não se de adequar à sua elevada condição, Alipinho vai construindo um “cursus honorum” que não deixa de ser comum a todos os caciques da época com igual sorte.Entre muitas peripécias que se contam neste livro, recordo com especial prazer dois ou três episódios, aqui brevemente resumidos: Alípio Abranhos pouco versado em quase tudo o que é necessário a um servidor da res publica, afirma que se Moçambique fica na Costa Oriental de África ou na Costa Ocidental, isso pouco interessa, pois não diminui a sua dedicação em levar o progresso para tais paragens, com Portugal sempre orientado no sentido da civilização e da evangelização dos povos nativos que aí habitam sob domínio luso.
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E como Portugal não pudesse abandonar a dianteira das nações civilizadas da Europa, promove, como seu primeiro acto de governação como Ministro da Marinha, uma expedição ao Pólo Norte.
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Tudo isto a apimentar a imagem de um homem capcioso que consegue sempre perceber, por via de um instinto prático, mesquinho e arrivista, para onde sopram os ventos da Câmara dos Pares e, em última medida, de um Império que, para todos os efeitos, se deixou adormecer à sombra de uma visão pacóvia e pequena do Mundo, como se o mesmo se pudesse resumir ao pequeno círculo eleitoral de Freixo-de-Espada-à-Cinta, por onde Abranhos foi eleito sem nunca lá ter ido…em jeito de campanha eleitoral….
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Encontrar paralelismos entre o Portugal de hoje e o de oitocentos é, de facto, pura coincidência… ou a maior delícia?
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Manuela Gama Vieira

sábado, 22 de agosto de 2009

Mário Rui Moz Barbosa

Encontrado mais um antigo aluno de quem recebi através do Windows Live Messenger a MSG que tenho o enorme prazer de transcrever:
Olá. Vi hoje pela 1ª vez que existe um blogg sobre o IVS. Sou o Mário Rui Moz Barbosa, do Porto, e fui aluno dos 3º, 4º e 5º anos desde 1960 a 1963.
Como se escreve no Blog?
Informam-me para o meu e-mail? antomani@hotmail.com
Abraços Meu Caro Mário,
Vem-vindo ao teu blogue Mário. Estou a enviar-te via sistema o convite para participares. é preciso que aceites o convite e a partir desse momoento tens acesso ao miolo do blogue, para o que basta utilizares como registo o teu endereço e-mail (antomani@hotmail.com) e respectivo password.
Grande abraço,
Sérgio (aluno nº 192)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tempos de peste

Tempos de peste por António Mendes Nunes
Muito recentemente alguma imprensa divulgou que haveria no Algarve uma mãe que deliberadamente levou a filha atacada de gripe A a um centro comercial com a intenção de contaminar outras pessoas, vingando-se de a terem contaminado no infantário. Isso é crime, tipificado no Código Penal (artigo 283, sendo punido com pena de prisão de 1 a 8 anos). Mas este tipo de comportamento criminoso não é novidade.
Lisboa sempre foi uma cidade muito atacada por pestes e doenças contagiosas. Muita gente a viver em espaços apertados, sem bons hábitos de higiene, sem recursos, muitas vezes com fome, deu nisso. Até finais de século 15, a medicina europeia não tinha a mínima ideia de como as doenças se propagavam e à falta de melhor ia matando judeus e queimando bruxas.
A partir de meados do século 15, por contacto com os médicos árabes, com conhecimentos muito mais avançados, os poderes públicos começaram a perceber como se processava o esquema do contágio e surgiu legislação contra os "pestíferos".
O primeiro diploma legal que se conhece data de 1506 (D. Manuel I). Nomeou-se um procurador da Saúde, que entre outras coisas obrigava ao internamento compulsivo dos infectados em espaços apropriados (em Lisboa na Quinta dos Prazeres, cemitério 300 anos mais tarde). Os pobres que espalhassem a doença eram condenados em açoites em público e sete anos de degredo na ilha de S. Tomé. Para os mais favorecidos estava reservada uma multa e degredo de dois anos numa vilória ou aldeia da província, mas não consta que algum tivesse sido condenado. Assim que aparecia a peste quase todos fugiam para as suas quintas situadas em lugares de melhores ares...
Jornalista - Publicado em 19 de Agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Campos do Mondego

Vala Real--É uma fotografia tirada nos Campos de Montemor o Velho. É a Vala afluente do Mondego onde se semeia o arroz, milho e onde nidificam as cegonhas brancas e garças. Já que ninguém coloca fotografias eu vou dando a conhecer um pouco do local onde moro e passo.

domingo, 16 de agosto de 2009

Mondego

Quando atravessamos o Campo do Mondego pelo lado de Formoselha e em direcção a Montemor o Velho, encontramos o Rio Mondego, bem diferente da paisagem habitual. Aqui vemos um trecho do Rio, com um pouco de Montemor na outra margem. Como não tenho mais fotografias antigas vou dando a conhecer um pouco das paisagens que são minhas " vizinhas" e por onde muitos de nós passámos em outros tempos e se calhar não lhes demos a devida atenção

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Um estoiro monstruoso
POR DETRÁS da Calçada da Pampulha corre a Travessa dos Brunos, nome que tomou de um pequeno hospício de frades cartuxos de S. Bruno que ali existiu no século 17. Antes do grande aterro, até há pouco mais de 150 anos, as águas do Tejo chegavam ali. Havia um cais que servia as grandes taracenas ou tercenas (ou seja, armazéns), alguns deles de pólvora. A 13 de Dezembro de 1576, uns miúdos viram entreaberta uma porta e foram ver o que lá estava dentro com uma tocha acesa. Por azar tinha chegado na véspera, vindo da Flandres, como conta Frei Bernardo da Cruz, autor da "Crónica de D. Sebastião", um grande carregamento de pólvora. Foram 45 toneladas que explodiram. A Pampulha foi pelos ares, o Paço de Santos (onde está actualmente a Embaixada de França e onde D. Sebastião vivia nessa altura) ficou sem telhado, indo os madeiramentos cair no Tejo e com algumas paredes derrubadas. Os estragos em edifícios chegaram à Calçada do Combro e os mortos nunca foram contabilizados. Numa carta enviada por D. Sebastião ao Marquês de Távora (referida por Júlio de Castilho na "Ribeira de Lisboa"), o jovem monarca conta que a sua sorte foi estar fora, numa romagem à Senhora de Guadalupe, em Espanha, pois um pedregulho que derrubou uma das paredes da sala onde ele costumava estar aquela hora acertou à altura da sua cabeça. Não fora essa romaria espanhola e a história de Portugal seria outra. Sem o desastre de Alcácer Quibir teríamos perdido a independência na mesma, mas tudo teria saído muito mais barato!
por António Mendes Nunes, Publicado em 12 de Agosto de 2009 no jornal i

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Olá Natercia Na verdade não me recordo nada do convite para irmos ao cinema. Dá mais pormenores para me avivares a memória. Recordo-me bem do teu irmão, do teu pai e da tereia que ele deu ao Ramiro numa aula de matemática, por ele não ter feito os exercícios de casa. Recordo-me também, igualmente numa aula de matemática: - o teu pai teve um ataque de tosse, o cigarro saltou-lhe da boca para o chão. A Lena Teixeira (que saudades dela) muito solicita, levantou-se, apanhou o cigarro, entregou-o ao teu pai dizendo: aqui tem "stor". O que é feito do teu primo, o João, que tem uma madeixa branca ? Fomos bons amigos. Há 40 anos que vivo perto do Cartaxo. No próximo fim de semana vou a Cernache a casa da minha irmã. Ela tem uma casa de móveisna rua do Nesperal. Um grande abraço

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Passeando

Tenho um amigo

Que no estranjeiro morou.

Farto de estar fora

Em Lisboa aterrou. !

Lá do alto viu a cidade

Linda, bela e colorida.

O aeroporto é confortável.

Tem louras e morenas

Nos guichets de atendimento.

Lisboa, que maravilha !

Que bom ali viver !

Mas o pior de tudo

Já em terra firme,

Depois de uma passeata,

Foi procurar o carro

No centro comercial.!

Para a direita,

Para a esquerda

Para cima e para baixo

E o “ maldito” carro preto

Parecia “ embruxado”!!!

Depois de muito andar,

O “ carrito” lá estava

Arrumado, claro, está !

A saída foi problemática.

A moeda não entrava !

A ranhura não era aquela

Trapalhada, mais uma vez !

A menina da “ janelita”

Morena, pequenina, jeitosinha,

Lá foi de papelinho na mão .

Meu Deus ! Tudo resolvido.

Afinal até foi fácil.

Mas Lisboa é uma confusão

Com carros, polícias e ladrões !

Vou-me embora, outra vez !

Vou p’ra casa descansar.

Que esta vida de passeio,

Não dá descanso a ningém !!!!!

Natércia Martins

Reencontrado outro antigo aluno!

É com enorme prazer e muita emoção que dou as boas-vindas ao António Alberto Mendes Silva Gracez (IVS n.º 87) e aqui colo a comunicação e-mail que dele recebi. O blogue é todo teu e já te enviei o convite para participares. Por favor aceita. Grande abraço
Sérgio (IVS n.º 192)
Date: 8/7/2009 7:53:01 AM
Subject: INSTITUTO VAZ SERRA
Olá Sérgio, depois de cerca de 55 anos, voltamos a "encontrar-nos".
Abençoadas novas tecnologias.
O meu nome é Antonio Alberto Mendes da Silva Garcez, era o nº 87 e
frequentei o IVS desde 1956/57 até 1963, ainda te "apanhei" como colega "muito mais velho".
Sou nascido e criado em Cernache a minha casa era mesmo em frente á igreja do Seminário. Presentemente vivo no Cartaxo, mais propriamente em Casais de Lagartos (é mesmo assim que se chama o lugar onde vivo)
De ti lembro-me perfeitamente que eras o colega mais velho que todos putos respeitavam. Por exemplo, não fumava-mos na tua presença, etc.
Por casulidade encontrei o blog e há dois dias que não saio dele recordando o que estava "quase" esquecido (estou reformado há 4 meses e tenho agora 64 anos). Vou enviar algumas fotos, um pouco mais recentes que muitas do blog, mas é o que tenho no meu album de
recordações.
Por agora um grande abraço. Identificação da equipa de futebol Da esq. para a dir. em pé Crisóstomo Capitão , Piricas, João da Pensão, EU - de cócoras Porto, Rui Teixeira, Victor ?, Victor Lourenço e Nuno Álvares Pereira Mendes

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

De pimpolho a Pampulha

por António Mendes Nunes, publicado em 5 de Agosto de 2009 no Jornal i
A Pampulha é, em Lisboa, a coisa mais parecida com o Arco do Cego: também já foi nome de uma zona grande na cidade, hoje está confinada a uma rua e ninguém sabe de onde provém o nome.
Actualmente é apenas uma calçada com pouco mais de cem metros encaixada entre as ruas Presidente Arriaga e do Sacramento a Alcântara, passando por cima da pequena ponte ao fundo da Avenida Infante Santo. Mas já foi nome de bairro e o local da maior explosão que Lisboa já sentiu. Fez-me confusão não ter encontrado qualquer referência à origem do nome Pampulha e tentei descobri-la. Num dicionário antigo encontrei "pampulho", com o significado de malmequer silvestre.Seria uma boa pista não fora o termo ter apenas sido usado no Minho. Mas um pouco mais acima surge outro vocábulo bastante mais interessante: "pampolho", significando os primeiros rebentos que nascem no final do Inverno nas hastes das videiras. Com o mesmo significado aparece a palavra "pimpolho", afinal os rebentos, as crianças, no sentido que hoje lhe atribuímos.Naquela zona havia muitas vinhas e já Fernão Lopes conta na Crónica de D. João I (publicada na década de 1440) que durante o cerco a Lisboa pelas tropas castelhanas em 1383/1384, os soldados de Nuno Álvares Pereira iam dar caça aos invasores quando descobriram que eles, pela calada da noite, tinham por hábito ir roubar uvas em Alcântara. E a Pampulha fica apenas ali a dois passos. Se algum leitor souber de explicação mais convincente, que no-la faça chegar, por favor. Jornalista

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Se nos apanhássemos neste tempo !!!!

Manuel Vaz Serra e Nogueira --Não tenho data na foto

domingo, 2 de agosto de 2009

Alvaiázere

Não tenho a certeza se esta foto já está no blog. Tem a data de 1956/57

sábado, 1 de agosto de 2009

Há tantos anos !!!!

Mais um grupo dos antigos --- 1955/56 Tobias, Rui Gomes, Rui Lagoa, Soutelinho, Telmo e Nogueira