quinta-feira, 28 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

alunos do IVS em passeio por Braga. Alunos recentes de há cerca de 20 anos. Espero que se conheçam e entrem no Blog que também é deles.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A ladra da feira

Já aqui escrevi que a Feira da Ladra teria tido início junto ao Convento de S. Bento (actual Assembleia da República), quando ao mercado que os frades faziam com produtos das suas hortas se começaram a juntar populares que vendiam trastes velhos, sobretudo roupas e sapatos. Agora estou convencido que não terá sido bem assim. Essa feira terá dado origem, a pouco e pouco e centenas de anos mais tarde, isso sim, aos muitos antiquários da zona. A origem da Feira da Ladra é muito mais antiga, como Augusto Vieira da Silva nos conta no III volume da sua obra “Dispersos”, editada em 1954. Terá começado, talvez mesmo antes da fundação da nacionalidade, no tempo dos mouros, junto ao Castelo, perdurando ainda aí o nome de Largo do Chão da Feira. Depois ter-se-á mudado para o Rossio por volta de 1430, lá permanecendo até ao terramoto de 1755. Em 1809 mudou para a Praça da Alegria, e depois para o Campo de Santana, transferindo-se para o Campo de Santa Clara em 1881, onde ainda hoje tem lugar. E de onde lhe vem o nome? Alguns autores dizem que ladra é corruptela popular de lada, margem (do rio), como então se dizia, o que não parece verosímil, porque a feira nunca funcionou ao pé do Tejo. Outros, autores, mais modernos afirmam que ladra é corruptela de lázaro, ou ladro, isto é, miserável, reforçando essa tese com o facto de ter havido em Paris uma feira a que chamavam Sainte Ladre, corruptela de Saint-Lazare. Augusto Vieira da Silva, mais terra-a-terra, afirma o nome deverá vir de uma vendedeira que lá tivesse uma banca e, que com razão ou sem ela, tivesse mesmo a alcunha de ladra. António Mendes Nunes - Editor de Opinião - Publicado em 20 de Outubro de 2010 no Jornal i

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Domingos Ardisson

Todas as terras têm excêntricos. Lisboa tem tido muitos, mas nem todos com classe para ficarem na história da cidade. Domingos Ardisson teve-a.A sua origem é obscura, mas aparece-me um David Ardisson fundador da fábrica do Almonda e criador da marca Renova, em 1818. Este Domingos, nascido por 1810, deve ser da família, mas nunca se dedicou a negócios. Passou pela Guarda Nacional, foi graduado em alferes e depois em capitão, de que recebia uma pensão (por amizade de algum político), que não lhe chegava para a vida que levava, de frequentador do S. Carlos, onde se passeava com à-vontade pelos camarins das artistas, mas também dos melhores salões de Lisboa. Morreu já passado dos 70 e no leito de morte, no Hospital Militar da Estrela contava aos amigos que tinha medo que ninguém fosse ao seu enterro. Porquê? A resposta é simples: para levar a vida folgazã tinha por hábito perguntar aos amigos de posses: "Vais ao meu enterro?" Com a resposta positiva, Domingos avançava: "Olha que vais gastar pelo menos 1200 réis no aluguer do trem. Se me deres mil réis agora ficamos quites. Muitos, achando graça davam-lhe o dinheiro. Uma ocasião, Domingos foi assaltado no 3.o andar da Travessa de S. Mamede, onde vivia. Apanhou o ladrão, encostou-lhe uma pistola à cabeça e perguntou: "Quanto tens nos bolsos?" O ladrão respondeu a medo: "Tudo o que tenho de meu são 680 réis." "Serve", disse-lhe Domingos, acrescentando: "Volta quando quiseres!" No dia seguinte Domingos Ardisson dizia, muito alegre, que ia tirar licença no Governo Civil para continuar a explorar a sua nova indústria.

ponto

Editor de opiniãoEscreve à quarta-feira

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Alunos do IVS de há cerca de 20 anos, num passeio à Ericeira. Vejam a diferença das fotos do nosso tempo. Já lá vai meio século.

domingo, 10 de outubro de 2010

Como os tempos mudam !!!!! Esta foto foi-me cedida por um afilhado que fui visitar a Castelo Branco, onde mora. Foi tirada no dia do passeio de alunos do Instituto Vaz Serra, de passagem pela Praia das Maçãs. A fotografia deve ter cerca de 20 anos. Sentado à frente e o 1º junto ao banco está o Presidente da Câmara Municipal de Pedrógão grande ( aluno na altura, presumo ) Agradeço ao Tó, meu afilhado que me emprestou esta e outras fotos, que entretanto colocarei no Blog.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A trapalhada do 5 de Outubro

Por António Mendes Nunes, Publicado em 06 de Outubro de 2010 no jornal i A implantação da República teve aspectos de caricatura que nos lembram as rábulas do Raul Solnado na Guerra de 1908. É interessante ler na História de Portugal de José Mattoso, o VI volume, da autoria de Rui Ramos, que cita abundantes depoimentos publicados nos jornais da época. Sem faltar ao respeito à História nem à memória dos que morreram e se bateram pelos seus ideais (que os houve de ambos os lados) houve trapalhada da grande. Do lado dos monárquicos, as chefias militares estavam ocupadas com as jantaradas que assinalavam a visita do presidente eleito do Brasil, marechal Hermes da Fonseca, chegado a Lisboa no dia 1 de Outubro. Do lado republicano a desorganização na preparação do golpe foi total e as mais distintas figuras ou foram marginalizados pelos operacionais, ou ficaram no conforto das suas casas. Foi o encarregado de negócios da Alemanha, que estava hospedado no Hotel Palace, nos Restauradores (entre os fogos dos dois principais contendores) que acabou, involuntariamente, com os combates. Telefonou para o Quartel-General, pedindo um cessar-fogo para que os civis estrangeiros pudessem ser evacuados para local seguro. Hasteou-se a bandeira branca que indicava as tréguas e o cidadão alemão subiu a Avenida empunhando um lençol atado no pau de uma vassoura, fazendo as vezes de bandeira branca para negociar com Machado dos Santos, que comandava as tropas na Rotunda. Ao verem isso, os monárquicos desmoralizaram e deram-se como derrotados, enquanto os revoltosos pensando que os outros haviam capitulado, acabaram por vir Avenida abaixo abraçar os seus opositores de uma hora atrás!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O verdadeiro Leão da Estrela

Por António Mendes Nunes ***
Se julga que o Leão da Estrela é apenas o filme rodado em 1947 por Artur Duarte, em que Anastácio (interpretado por António Silva), sportinguista de gema, vai ao Porto, de visita ao seu amigo Barata, para ver um F. C. Porto-Sporting, engana-se. Não, o primeiro leão da Estrela foi um animal a sério, um felino de grande juba que Inácio José de Paiva Raposo trouxe de África e doou a Lisboa em 1869. A câmara municipal mandou construir uma jaula e pôs o bicho em exposição no Jardim da Estrela, tendo ficado guardado numas instalações provisórias no Campo Pequeno enquanto a obra se fazia. A imprensa da época conta que o transporte do leão para a Estrela, a pau e corda, ao lombo de doze galegos foi o primeiro espectáculo para os basbaques.
***
A 6 de Maio de 1869, o "Jornal do Comércio" contava que nunca o jardim tinha sido tão concorrido, com o Zé Povinho não só a ver o leão, mas também a atormentá-lo, atirando-lhe paus e pedras e provocando-o com guarda-chuvas e bengalas. A polícia teve de intervir para descanso do bicho.Passados três anos o leão deu em entristecer e deixou de caminhar. João Pedro Correia, veterinário, descobriu a causa da doença: por falta de exercício as unhas tinham crescido tanto que se cravaram na almofada das patas, provocando-lhe enormes dores. Na época ainda não se usavam os dardos anestesiantes, pelo que foi preciso agarrar o leão com uma corda para que um enfermeiro do hospital veterinário e o respectivo conservador conseguissem cortar-lhe as unhas. Isto só foi conseguido após muitas tentativas falhadas, conta o "Jornal da Noite" de 16 de Março de 1872.
***
Editor de opinião
Escreve à quarta-feira