quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Verdi em Lisboa

Como saberão o nosso colega e Amigo antónio mendes nunes foi submetido a uma operação e ainda não está recuperado, razão porque me adianto a ele para publicar a sua habitual crónica:
ESPECIALISTA

Verdi em Lisboa

por António Mendes Nunes, Publicado em 02 de Dezembro de 2009 no jornal iOnline

Giuseppe Verdi poderia ter vindo para Portugal como maestro titular do Teatro Nacional de S. Carlos, corria o ano de 1838. E se tivesse vindo, teria tido a carreira fabulosa que acabou por desenvolver? Ter-lhe-ia proporcionado Lisboa inspiração que lhe permitiu escrever as óperas "Nabuco", "Aida", "Rigoletto", "O Trovador", "Traviata" e outras que o consolidaram como um dos mais famosos compositores de sempre?

O conde de Farrobo era um riquíssimo homem muito ligado às artes e à música. Tornou-se empresário do S. Carlos e resolveu contratar em Itália um director artístico. Os seus amigos do Teatro alla Scala de Milão indicaram-lhe dois candidatos, ambos jovens e promissores, um tal Verdi e um certo Frondoni. O primeiro acabara de ver a sua ópera de estreia no Scala, "Oberto", ser recebida com extrema frieza, seguindo-se um fiasco no mesmo teatro com o segundo trabalho, "Um giorno di Regno".

Farrobo decidiu-se por Frondoni, que tivera grande êxito com o bailado "Il Carrozino dà Vendere", igualmente no Scala de Milão.

Dois anos mais tarde e depois de umas farsas que não fizeram história, o Conde de Farrobo deixou o S. Carlos e Frondoni também. Dedicou-se ao ensino da dança, escreveu mais uma série de farsas sem grande colorido, escreveu o hino da Maria da Fonte e acabou a vida a fumar cachimbo e a beber copos com os amigos no Café Madrid, no Chiado.

E Verdi? Teve o seu primeiro estrondoso êxito em 1842 com Nabuco e nunca mais parou. O mundo conheceu um génio, Lisboa contentou-se com a mediocridade.

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/35668-verdi-em-lisboa

2 comentários:

Sérgio Lopes IVS 192 disse...

Natércia,
Não consegui encontrat no I a crónica anterior, creio que de 25 de Novembro. Lamento.

Faço votos de uma rápida recuperação do teu irmão António.

Natércia Martins disse...

Ainda não falei com ele. Não te preocupes. Esta de hoje já está e isso é bom. Obrigado
Um abraço
Natercia