quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Alecrim aos molhos
A Rua do Alecrim só aparece com este nome a partir de 1696. Antes chamava-se Rua do Conde, por terem aí propriedades os condes de Vimioso. É uma rua muito antiga, que descia, pela parte exterior, ao longo da muralha fernandina e deve ter começado como um simples trilho para serviço da lavoura, ligando a margem do Tejo ao alto dos Moinhos de Vento, sítio onde hoje corre a Rua D. Pedro V, paredes meias com o Príncipe Real.Conhece-se a origem do nome: uma pequena capela da invocação de Nossa Senhora do Alecrim que existiu na rua, perto do Largo de Camões, à esquerda de quem sobe, inaugurada em 1642 e que o terramoto de 1755 fez em cacos. Menos conhecido e mais engraçado é o modo como nasceu essa Nossa Senhora do Alecrim.Conta Júlio de Castilho na sua Lisboa Antiga (Bairro Alto, volume II) que a ermida foi fundada em 1628 por uma senhora açoriana, D. Ana de Vilhena (mulher do desembargador Álvaro Lopes Moniz), que quando veio para Lisboa trouxe uma imagem da virgem a que tinha grande devoção com a intenção de lhe erigir uma capela.Um dia, nos Olivais, de visita a uma família amiga, por ocasião de uma qualquer festa de rua, viu o seu filho, um garoto de seis ou sete anos, pedir esmolas e dádivas para Nossa Senhora do Alecrim, em jeito de brincadeira. Essa invocação era completamente desconhecida até ali e nunca se soube onde o garoto foi buscar a ideia. Certo é que a mãe não teve mais dúvidas e Ermida de Nossa Senhora do Alecrim ficou. A capela foi-se há muito tempo, mas o nome chegou aos nossos dias.
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por António Mendes Nunes, Publicado em 17 de Novembro de 2010
Editor de opinião
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