A farra estava muito boa e, já com o cup a fazer efeito, pedi namoro à M. Ela aceitou de imediato e eu fiquei nas nuvens.No fim da festa o nosso autocarro encostou à porta do Turismo e o nosso director, mais o director do ERO e um ou outro colega em melhor estado, ajudaram a meter os em pior estado dentro do autocarro.Chegados a Cernache, logo nos primeiros intervalos de segunda-feira, começámos a contar uns aos outros as nossas aventuras amorosas e rapidamente chegámos á conclusão que a M. tinha aceite propostas de namoro de 4 ou 5 ou 6 ou 7 , não me lembro bem .Ficámos fulos e estávamos nós a preparar uma resposta à altura da situação quando começamos a receber cartas da M.Era ela a desfazer o namoro com cada um de nós e a explicar porque é que tinha aceite: nós não estávamos em condições de ouvirmos um não e em defesa do bom ambiente e da camaradagem, ela decidiu aceitar namoro de toda a gente que lhe pedisse, para que nós, em caso de recusa, não tivéssemos pretexto para arranjarmos problemas e estragarmos o ambiente .Não me lembro se outras meninas do ERO fizeram a mesma coisa pelas mesmas razões.É esta a história do meu " namoro " com a M.Como vês João não há maldade nenhuma. Acho que ao escrever esta história estou a prestar uma respeitosa homenagem a uma pessoa que admirei quiçá pelo seu físico ou sua aparência, mas fiquei a respeitar pelo seu íntimo.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
As Histórias do Acácio
História deliciosa contada por Acácio Leite, publicada aqui com sua autorização e com a devida vénia ao Blog Externato Ramalho Ortigão, onde foi originalmente publicada.
Amigo João (Nota: o endereçado é o João Jales do blog ERO)
Eu sou um ex-aluno (1957/8/9 ) do IVS ( Instituto de Voos Supersónicos, como lhe chamávamos, ou Instituto Vaz Serra, como era oficialmente conhecido), de Cernache do Bonjardim e fazia também parte da equipe de futebol que anualmente defrontava o E.R.O. , salvo erro um ano em Cernache e outro nas Caldas .
Passávamos o ano à vossa espera. O nosso colégio também era misto e daí acontecerem cenas giras, com o esmero nas recepções a ser recíproco.
Eu, infelizmente, não tenho fotografias dessa época já que fui apanhado pela descolonização de Angola, onde presentemente vivo, e quando daqui saí tudo deixei.Foi uma história que me marcou profundamente ao longo da vida e que me farto de contar , quer no seio da minha família quer no seio dos meus amigos É uma história que hoje talvez fosse impossível ser vivida já que os valores, quer se queira quer não, são outros. Tanto me marcou que, de tudo quanto vivi em comunhão com a malta do ERO, apesar de ter lembranças gerais no pormenor apenas ficou um nome, já lá vão 50 anos e não me lembro se a M. era alta ou loira, bonita ou feia, gorda ou magra. Era linda por dentro.
O caso passou-se numa recepção que nos foi feita nas Caldas da Rainha em 57 ou 58 do século passado.Ao chegarmos às Caldas, no ponto de encontro pré estabelecido, estavam alguns membros do ERO, na sua grande maioria meninas, e nós éramos para aí 50 alunos do IVS. Qual o nosso espanto quando à saída do autocarro fomos logo ali condecorados com os "bordalinhos" de gravata e ainda por cima pelas meninas. Eu era dos novos e calculem como fiquei vermelho de vergonha, mas depressa me passou, ao aperceber-me que as meninas agiam com a maior naturalidade do mundo, embora algumas com um pouco de maldade.Falou-se no almoço (nós tínhamos recebido dinheiro para nos desenrascarmos) e alguém me deu o braço e disse: “tu vais almoçar comigo” .Era a M . A seguir a mim, deu o braço a outro colega meu e o que é certo é que não ficou ninguém sem ser convidado para ir almoçar.Depois do jogo (não me lembro do resultado), onde a M e outras meninas andaram com umas capas negras a fazer o peditório pelas bancadas, lá fomos nós para o que eu julgava que era o Casino, mas pelos vistos era o Turismo, para o célebre e esperado lanche e baileEra regra, nos nossos lanches quer no ERO quer no IVS, primarmos por patifarias, principalmente no campo das bebidas. No Turismo a ratoeira foi uma enorme taça de cup, que nunca chegou ao fim, e cheia de octanas.
Para ti um abraço
Acácio Leite (alcunha IVS "Yustrich")
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4 comentários:
Este episódio relatado pelo Acácio é realmente delicioso e característico de uma época. É com muito prazer que o vejo novamente publicado, desta vez para os seus colegas do IVS.
Aqui deixo um abraço aos promotores e leitores deste blogue.
João Jales
Caro João Jales,
Agradeço a visita e o simpático comentário.
Considera teu este blog. Afinal, há tantos pontos de encontro entre o ERO e IVS. Foram dois dos grandes centros de ensino secundário dos anos 50 e 60. Ambos marcaram uma época que nos é comummente saudosa. Vários foram os alunos que trocaram um por outro, recordando eu o José Avelar e o saudoso Tony Vieira Pereira. Podem ser vistos nas fotos a envergar a camisola da equipa de futebol, ora do ERO, ora do IVS.
Grande abraço,
Sérgio Lopes
P.S. Um momento! Isto não quer dizer que os ERO5-1IVS estão perdoados...
E ainda há outros episódios com graça, agora, pois na época algumas pessoas não lhes achavam muita graça
O papelinhos mastigados e em forma de bolita que acertavam na careca do Dr Piques. Lembram-se ?
Ó Natércia, não, não me lembrava do Dr. Piques. Mas ao ler-te veio-me logo à ideia. O Dr. Piques era realmente uma figura impagável.
Também recordei aquele professor a quem pusemos a alcunha do "filósofo", que andava sempre impecavelmente vestido, e com a mulher bonita. Quando ela passava a malta parava para ver e ele não gostava...
Tanata história para contar e só agora começamos!
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